ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-12-2005.

 


Aos quatorze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga e Maurício Dziedricki. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ibsen Pinheiro, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pela Bancada do Partido Democrático Trabalhista, a Emenda nº 01 ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05 (Processo nº 2166/05). Ainda, foram apregoados os Ofícios nos 454, 455 e 456/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/05 (Processo nº 7230/05), o Projeto de Lei do Executivo nº 034/05 (Processo nº 7231/05) e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/05 (Processo nº 7232/05). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 10631943 e 10638721/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sexagésima Oitava, Sexagésima Nona e Septuagésima Sessões Solenes e da Centésima Quarta, Centésima Quinta, Centésima Sexta e Centésima Sétima Sessões Ordinárias e da Segunda, Terceira, Quarta e Quinta Sessões Extraordinárias, que foram aprovadas, constatada a existência de quórum deliberativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini teceu elogios à gestão do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República, apoiando decisão tomada pelo Governo Federal, de pagamento antecipado das dívidas do País com o Fundo Monetário Internacional – FMI. Sobre o assunto, afirmou que essa medida representa amadurecimento político e social, garantindo ao Brasil uma posição de destaque no cenário econômico mundial. O Vereador Ervino Besson aludiu ao pronunciamento de hoje do Vereador Carlos Todeschini, questionando os motivos do pagamento antecipado de dívidas do Brasil com o Fundo Monetário Internacional e declarando que alguns Estados sofrerão prejuízos em face dos recursos utilizados nesses pagamentos. Ainda, referiu-se às eleições estaduais e federais programadas no País para dois mil e seis e comentou denúncias divulgadas na imprensa, de corrupção envolvendo o Governo Federal. A Vereadora Manuela d’Ávila discorreu sobre a conjuntura econômica brasileira, defendendo a independência do País frente ao sistema financeiro internacional. Também, saudou a regulamentação, pelo Governo Federal, da Lei nº 10.097/00, conhecida como Lei dos Aprendizes, ressaltando a importância dessa legislação como instrumento de preparo do jovem para ingresso no mercado de trabalho, tendo em vista que viabiliza formação profissional sem exclusão do sistema regular de ensino. A Vereadora Maristela Maffei debateu os índices de violência observados no País, frisando que os pequenos e médios empresários são cada vez mais vítimas da criminalidade e debatendo a forma como o assunto é abordado pelos órgãos de imprensa do Rio Grande do Sul. Ainda, avaliou o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, do Vereador Alceu Brasinha, que dispõe sobre o horário permitido a bares localizados em zonas miscigenadas de Porto Alegre. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia doze de dezembro do corrente. Às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às quinze horas e doze minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, os Vereadores Raul Carrion, Clênia Maranhão e Manuela d’Ávila manifestaram-se acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Às quinze horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dezenove minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo se manifestado sobre o assunto a Vereadora Sofia Cavedon. Após, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 033/05 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, por dezenove votos SIM e sete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion e Adeli Sell e pelas Vereadoras Maristela Maffei e Clênia Maranhão, em votação nominal solicitada pelo Vereador Raul Carrion, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, este com Declaração de Voto, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/05 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell e Sebastião Melo. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 064/05, por trinta e dois votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Mônica Leal, Claudio Sebenelo, Manuela d’Ávila e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda nº 03 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, assinada pelos Vereadores Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Clênia Maranhão, Maristela Maffei e Dr. Goulart, Líderes, respectivamente, das Bancadas do PT, PCdoB, PPS, PSB e PDT, e subscrita pelos Vereadores Raul Carrion, Sofia Cavedon, Neuza Canabarro, Maria Celeste, Paulo Odone, José Ismael Heinen, Carlos Comassetto, Ervino Besson, Márcio Bins Ely, Bernardino Vendruscolo, Mario Fraga, Professor Garcia, Claudio Sebenelo e Nereu D'Avila. Também, foi apregoado o Ofício nº 053/05, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, por meio do qual Sua Excelência solicita a reconsideração de sua ausência na Sexta, Sétima e Oitava Sessões Extraordinárias, realizadas hoje pela manhã, em virtude de atraso no vôo de retorno de Brasília, onde Sua Excelência esteve representando externamente esta Casa, na II Conferência Nacional do Meio Ambiente. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando que as Emendas nos 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, fossem dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Também, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na ocasião, foi apregoada a Subemenda nº 01, assinada pelos Vereadores Carlos Todeschini e Maristela Maffei, Líderes, respectivamente, das Bancadas do PT e do PSB, e subscrita pelos Vereadores Nereu D’Avila, Sofia Cavedon, Professor Garcia e Raul Carrion, à Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04. Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Raul Carrion, solicitando que a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, o Senhor Presidente registrou ter recebido, da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre – AIAMU, agenda referente ao ano de dois mil e seis. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, com ressalva das Emendas e Subemendas e do destaque a ele apostos, por trinta e três votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo, Adeli Sell, Mônica Leal, Carlos Comassetto, Mario Fraga, Nereu D’Avila, Margarete Moraes, Elias Vidal, Professor Garcia, Maristela Maffei, Carlos Todeschini, José Ismael Heinen e Raul Carrion e encaminhado à votação pela Vereadora Manuela d’Ávila, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Emenda nº 02, com ressalva do destaque requerido, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou parcialmente prejudicada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, em face da aprovação da Emenda nº 02. Foi votada destacadamente e rejeitada a sétima parte da Emenda nº 02, onde propõe a inclusão de artigo criando Fundo Municipal para o Bem-Estar Animal, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04. Foi aprovada a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, por vinte e um votos SIM, seis votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib e Margarete Moraes e tendo optado pela Abstenção o Vereador Sebastião Melo. Foi aprovada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04. Na oportunidade, o Senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 091/04, nos termos do artigo 56 do Regimento. Em prosseguimento, foi apregoada a Subemenda nº 01, proposta pelo Vereador Raul Carrion e assinada pela Vereadora Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, à Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05 (Processo nº 2655/05). A seguir, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 157/05 (Processo nº 7242/05), de autoria da Mesa Diretora. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do  Executivo nº 005/05, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão. Foi rejeitado Requerimento de autoria do Vereador Alceu Brasinha, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, por doze votos SIM e dezoito votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Raul Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Na oportunidade, foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 04 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 04, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05. Em prosseguimento, por solicitação do Vereador Alceu Brasinha, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05, com ressalva das Emendas e Subemendas e do destaque a ele aposto, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Professor Garcia, Adeli Sell, Elias Vidal, João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Margarete Moraes, obteve dezessete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Professor Garcia e Sofia Cavedon, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Carlos Todeschini, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 282/05 (Processo nº 5954/05). Às dezoito horas e trinta e três minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada amanhã, às nove horas e trinta minutos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Nereu D'Avila e Luiz Braz. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149 do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de ingressarmos na Ordem do Dia, o Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, eu estive aqui de manhã falando sobre as atitudes que estão sendo tomadas pelo Poder Executivo, pelo Sr. Prefeito, como, por exemplo, conveniar a Prefeitura Municipal e a Agergs para controlar os serviços de água e saneamento do Município. Eu quero alertar o Sr. Prefeito e as suas lideranças aqui que esse é um ato ilegal, porque a Lei Orgânica proíbe, quando determina que o controle social deve ser regrado pela Constituinte, pela Lei Orgânica Municipal.

Portanto, extrapola o Sr. Prefeito, assim como extrapola quando quer regulamentar a AEICs por ato de Decreto, conforme expresso no Diário Oficial, se não me falha a memória, no dia de hoje. Isso é também ato irregular, é um extrapolamento da ação do Executivo, através do seu Chefe, o Prefeito Fogaça.

Mas quero aqui também fazer um registro importante que está configurado nas manchetes dos jornais de hoje: Brasil não deve mais nada ao FMI. Isso, sem dúvida, é uma conquista sem precedentes, Verª Margarete Moraes, da sociedade brasileira, sob a liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da sua equipe econômica, do Ministro Antônio Palocci - que conseguiu coordenar com maestria, com energia e perseverança a saída do Brasil de um grande atoleiro que se encontrava no final de 2002, início de 2003. Ergue o Brasil, elidindo, agora, com essa atitude, a dívida externa; uma dívida que por muitos anos penou, sangrou, empobreceu os brasileiros. Dívida externa contraída de forma irresponsável, que jogou a poupança dos brasileiros para ser avalista das contas públicas do Estado brasileiro para com os credores internacionais.

Pois bem, agora, Ver. Haroldo, com essa medida, nós estamos livres do FMI. E o gasto em função do recurso que era usado para pagar a dívida, para amortizar os serviços da dívida, bem como o capital principal, passa a não existir mais a partir de 2006, porque a prestação foi antecipada. O Governo Lula, que pegou um País praticamente quebrado, sem recursos, endividado, sem moral, sem crédito, consegue, em três anos - ainda não completaram os três anos de Governo -, dar a volta por cima e colocar o Brasil em posição de destaque no plano e no cenário internacional, com liderança, com cabeça erguida e com moral.

Assisti aos noticiários internacionais ontem, e o Brasil era notícia em todos os lugares do mundo como um País modelo dos países emergentes, liderando o grupo dos vinte países em desenvolvimento. Isso não é pouca coisa, isso é uma grande conquista que dá condições para que avancemos muito mais, para que avancemos nas políticas sociais, para que avancemos na distribuição de renda, para que tenhamos, aqui, com a credibilidade, o aporte de um grande volume de recursos internacionais. O País demonstrou, com isso, que é confiável, que tem esperança, demonstrou a sua capacidade e a sua pujança e agora passa a integrar uma outra galeria, a galeria dos países que lideram o Grupo dos países em desenvolvimento, junto com a Coréia do Sul, a China, a Índia e outros países. Graças aos avanços democráticos, foi possível evoluir das ditaduras, dos desgovernos para os Governos que constroem o Estado Democrático de Direito, que afirmam a economia como um projeto, que afirmam sua inserção internacional como liderança e que começam a devolver ao seu povo os frutos desta querida terra que é o Brasil.

Então, saúdo o Governo Lula pelas conquistas que anuncia nesse momento, porque elas vêm ao encontro do interesse de todos os brasileiros, especialmente do povo mais pobre, que é o que mais espera e o que mais necessita. Obrigado e um abraço a todos! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos honram com suas presenças nas galerias e também através da TVCâmara, eu queria saudar a todos.

O Ver. Todeschini, pelo seu pronunciamento, acha que o nosso povo tem memória curta, mas não tem. Há frases que nós não esquecemos de uma hora para outra, como a da campanha do Lula: “Fora FMI! Não vamos pagar mais a dívida externa do Brasil”. Eu acho que o Presidente está subestimando a nossa inteligência! Qual é a jogada de marketing do Presidente ao pagar essa dívida antecipadamente? O que é que há por trás disso? O tempo vai ser a maior prova disso. Isso é uma jogada de marketing! Não vamos brincar com a inteligência do nosso povo! Vamos respeitar a inteligência do nosso povo. Eu acho que o nosso Poder central tem muitas contas a prestar para o nosso País. Se for uma jogada de marketing para encobrir toda essa vergonheira que houve politicamente em nível nacional, o tempo vai nos dizer. Agora, a equipe econômica do Governo, a equipe que ele preparou para governar este País tem muitas coisas a explicar: caixa-dois, “mensalinhos”, “mensalões”, mala de dinheiro, dinheiro nas cuecas, enfim, uma série de falcatruas.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Ah, meu caro Ver. Adeli Sell, o Governo vai ter que explicar, hoje ou amanhã o Governo vai ter que explicar.

Acho que o nosso povo brasileiro, por si só, é um povo sofredor, já sofre demais. Agora, todos nós temos muito presentes as promessas de campanha do Lula, o discurso do Lula, e isso não podemos esquecer!

Essa é uma jogada de marketing, Vereador, o que V. Exª está me mostrando está nos jornais, eu li os jornais, todo o mundo leu os jornais de hoje, e eu não tenho dúvida. Qual é a jogada que está por trás disso aí? Não se brinca com a inteligência do nosso povo, não podemos brincar. E, no ano que vem, teremos uma eleição extremamente importante. Todas são importantes, mas essa para mim é uma das mais importantes, porque, com tudo isso que aconteceu no nosso País - um País pobre, cujo povo é sofredor, um País que não tem dinheiro para a Saúde, que não tem dinheiro para a Educação, Segurança e assim por diante...

Alguns Estados vão ser sacrificados por causa desse recurso que o Presidente pagou antecipadamente, porque uma parte desses recursos deveria ser repassada, naquilo que a Lei determina, para os Estados, inclusive aqui para o Estado do Rio Grande do Sul. Não vamos brincar com a inteligência do nosso povo! Portanto, meu caro colega Ver. Todeschini, com todo o respeito a V. Exª, não concordo com as suas colocações anteriores.

E queira Deus que, no próximo ano, os nossos representantes, que serão escolhidos para administrar este País, sejam pessoas que tenham dignidade, preparo e um pouco mais de respeito para com o nosso povo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Ervino Besson, eu poderia ficar toda a tarde falando sobre o Governo Federal - Governo que defendo -, fazendo as críticas que, há pelo menos dois anos e meio, faço com relação à política econômica do nosso Governo. Mas devo dizer que V. Exª cometeu alguns equívocos graves, porque, em primeiro lugar, a crítica que tem que ser feita à política econômica passa pela dimensão que o superávit primário ocupa nesta nossa política econômica, e é esse superávit que permite essa salutar independência do FMI.

Vejam só a contradição: nós queremos, sim, que o nosso País seja independente desses malditos órgãos da economia internacional que nos exploram, que nos atrelam a uma dívida que é eternamente crescente. E, apesar de a matemática ser uma ciência lógica, não há lógica nenhuma, do ponto de vista matemático, no crescimento, nos juros que estão embutidos nesses mecanismos malditos do sistema financeiro internacional. Se o pagamento antecipado dessa dívida em certa medida nos é prejudicial, porque esse superávit primário já estimulado, já acumulado inclusive, é o que permite o pagamento, ele também nos beneficia porque nos torna independentes ou mais independentes - porque independentes, de fato, não o somos - desses mecanismos, dessas instituições financeiras internacionais.

E, Ver. Ervino, tenho a convicção de que, no momento em que o PDT voltar a ocupar o seu papel, voltar a ser um Partido que defende a população, que tem lado e não se perde nesse jogo asqueroso da nossa direita, nós poderemos conversar muito com relação a uma repactuação da esquerda brasileira, uma repactuação dos setores que defendem o desenvolvimento do nosso País, que sabem que o desenvolvimento só é válido se não for como aquele da ditadura militar que concentrava renda, se for um desenvolvimento que distribui a renda. E aí nós temos a convicção de que, quando o PDT encontrar o seu caminho, depois das trevas deste momento de crise, nós poderemos ter potenciais aliados na construção desse pacto pelo desenvolvimento com distribuição de renda no nosso País.

Eu gostaria de falar de um assunto que me parece que vai causar algum impacto na economia do nosso Município, Verª Margarete Moraes: a regulamentação, depois de quinze anos, da Lei dos Aprendizes. Nós temos, ou tínhamos, de maneira não regulamentada na legislação brasileira a previsão de que os jovens entre 14 e 24 anos deveriam ser contratados pelas empresas na condição de aprendizes, ou seja, com essa dimensão de aprendizado. Quando estivessem estudando para concluir o Ensino Fundamental e Médio, esses jovens deveriam ter uma jornada máxima de trabalho de seis horas diárias. Se não estivessem mais estudando, dos 21 até os 24 anos de idade, poderiam então assumir a jornada de oito horas diárias de trabalho. O que acontece? O nosso Governo, após quinze anos de existência de uma lei inócua, uma lei sem sentido porque não estava regulamentada, que existia apenas no papel - como muitas leis que vemos acontecer inclusive aqui nesta Câmara -, o Governo Lula teve a coragem, a ousadia de impor limites para essa contratação, ou seja, cada fábrica, cada indústria, cada empregador deste País deve empregar entre 5% e 15% dos seus trabalhadores, esse tipo de empregado conhecido como aprendiz, aquele jovem entre 14 e 24 anos que pode e que deve permanecer estudando para trabalhar, que tenha possibilidade de aprender um trabalho para além da sua condição de estudante.

A mim me deprime profundamente, porque nós acabamos adotando uma perspectiva aqui no Brasil de que, quando o jovem apenas estuda, ele está fazendo um favor para a sua família, para a sociedade, é um abençoado por Deus. “Olha, Fulaninho, agradece a Deus, porque tu só estudas”. Quando, na realidade, o estudo é a atividade fundamental dos nossos jovens; deve ser a atividade fundamental das nossas crianças, dos nossos adolescentes e dos nossos jovens. Diferente disso é o que a realidade nos impõe: esses jovens têm de trabalhar para sustentar as suas famílias, porque muitos são chefes de família, muitos contribuem com o aumento da renda mensal.

Bom, qual é a solução para esse impasse? Hoje, no nosso País, infelizmente, os poucos jovens que conseguem empregos têm de sair da escola, largam a educação, que é fundamental para um desenvolvimento soberano, para um desenvolvimento com igualdade no nosso País, e optam pelo emprego em condições deploráveis.

O que o Governo Lula faz ao regulamentar a Lei dos Aprendizes, ao tornar obrigatório que as empresas contratem entre 5% e 15% dos seus trabalhadores na faixa etária de 14 a 24 anos, obrigando, também, que esses empregados, esses trabalhadores, se estiverem estudando, devam ter igual remuneração, mas com uma jornada de trabalho menor, é reconhecer que a nossa juventude deve, sim, permanecer na escola, deve, sim, concluir a sua formação, mas que, pela necessidade real, tem, também, de conciliar esse ensino com o aprendizado do emprego, com a dimensão da criação e geração de trabalho e renda para essas famílias que fazem com que seus jovens saiam cedo da escola para trabalhar.

Portanto, o nosso Governo - eu me orgulho de defender o Governo do Presidente Lula - mais uma vez tem coragem de regulamentar uma lei que só existia para fazer “enrolation”, para enfeitar árvore de Natal. Agora, temos uma lei real, que pode ser cumprida, que pode empregar milhares e milhares de jovens neste País, uma vez que, entre 16 e 24 anos, somos 33 milhões de brasileiros. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste, senhoras e senhores, tenho feito uma coletânea, Vereador-Presidente, em relação ao momento que estamos vivendo, sobre o índice de violência. É claro que, em momento algum, nós podemos tripudiar em relação a Governo “x” ou “y”, mas podemos fazer um comparativo entre o que nós passamos quando do Governo Olívio Dutra e o que estamos vendo agora - e não quero entrar aqui no mérito se havia mais mortos, mais assaltos lá ou aqui - em relação ao papel que a imprensa desempenha. Eu só quero deixar claro aqui que não se pode uniformizar todos os meios de comunicação.

Lembro que, quando o dono de uma farmácia na Av. Bento Gonçalves foi assassinado - e ele havia sido assaltado mais de sete vezes -, os jornais, naquela época, noticiaram isso nas primeiras páginas, responsabilizando a Frente Popular por aquele assassinato. Ontem, nós nos deparamos, Ver. Comassetto, com o assassinato de um proprietário de uma farmácia na Av. Nonoai que já havia sido assaltado mais de dezessete vezes. E o que nós vemos hoje? Hoje nós somos informados, na página policial, lá no final do jornal, de uma forma muito breve, sobre o assassinato do proprietário desse estabelecimento comercial. Aliás, os estabelecimentos comerciais que geram emprego e renda nesta Cidade - os pequenos e médios empresários - são os mais penalizados. Muitas vezes, esses segmentos são penalizados, e não se faz a crítica necessária aos órgãos responsáveis pela Segurança Pública. Hoje o que a gente vê? Mulheres e homens deste Estado, os nossos filhos sendo assassinados, e a imprensa tratando esse assunto de forma banalizada.

E eu também não tenho visto a base de sustentação do Governo Rigotto ter a mesma postura que possuía neste Plenário quando ocorriam aqueles fatos, infelizmente, tão sérios no nosso Governo, fatos que podem acontecer em qualquer Governo. Quando tentávamos fazer uma inversão na ordem dos fatos, denunciando os segmentos que tinham comprometimento com outros segmentos impúrios da sociedade e que estavam infiltrados dentro de instituições sérias, nós, naquela época, éramos seriamente criticados.

Agora, eu quero que a base de sustentação do Governo Rigotto nos ajude, aqui, sistematicamente, a fazer as denúncias, num só eco, no sentido de chamar a atenção em relação à gravidade do que está acontecendo.

Todos os cidadãos e as cidadãs, em especial os comerciantes que têm o seu comércio estabelecido na Capital e no Estado do Rio Grande do Sul, que geram emprego e renda - e muitas vezes não cobramos um trabalho mais eficiente dos órgãos que têm a responsabilidade de salvaguardar a sociedade -, ainda são alvos de crimes, e eles dão emprego, geram renda. É nesse sentido que hoje nós temos aqui um Projeto importante para discutir, com seriedade, com todos os segmentos, com os moradores dos bairros. Tenho certeza de que este Plenário vai cobrar, sim, daqueles órgãos que fazem cumprir a Lei do Silêncio, que fazem cumprir o papel da EPTC, que fazem cumprir o papel da Brigada Militar, seja qual for o segmento, no sentido de que não deixem expostos ao crime aqueles que, de fato, geram emprego e renda na cidade de Porto Alegre, porque assim nós estaremos, sim, ajudando para que não venham a ser assassinados aqueles que querem trabalhar. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Vamos colocar em votação, consensualizada na última segunda-feira, a ordem de apreciação dos Projetos, que se referem às seguintes matérias: Requerimento de Urgência Shoppings Populares; Urgência ISSQN; Mobiliário Urbano; Funções Gratificadas; discussão sobre nepotismo; Programa de Proteção aos Animais; alteração de horários dos bares; alteração do nome da CEDECONDH.

Em votação a ordem de discussão e votação dos Projetos constantes da Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Agora vamos fazer uma Reunião Conjunta das Comissões. O Processo é o nº 6.944/05. Nós queremos convidar o ilustre Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Ibsen Pinheiro, para reunir e presidir esta Reunião para a votação de Parecer.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 15h12min): Estão reabertos os trabalhos.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. s/n.  (Ver.ª Clênia Maranhão) - requer Regime de Urgência para o Processo n. 6960/05 - Projeto de Lei do Executivo Nº 033/05, que cria os Centros Populares de Compras no Município de Porto Alegre e dá outras providências. (incluído em 14-12-05)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Conforme ordem de votação já delineada, colocamos em votação o Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 033/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. João Carlos Nedel, nós, na reunião de Mesa e Lideranças dessa segunda-feira, às 11 horas, definimos, de comum acordo, uma ordem. E, para quarta-feira à tarde, após a Reunião Conjunta sobre creches, temos a seguinte ordem: Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência ao Projeto do PREVIMPA, PLCE nº 011/05; Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência ao Projeto do ISSQN, PLCE nº 012/05; PLL nº 091/04; PLL nº 253/05; PLL nº 060/05; PLL nº 268/05; PLL nº 190/05; PLCL nº 020/05.

Vossa Excelência acaba de colocar em votação o Requerimento solicitando Regime de Urgência ao PLE nº 033/05, que está previsto - temos aqui por escrito - para ser o primeiro Projeto na próxima quinta-feira, dia 15 de dezembro, pela manhã. Creio que nós temos que honrar o acordo feito, na reunião de Mesa, entre as Bancadas, entre os Líderes, porque são Projetos, todos eles, com a sua complexidade, a sua polêmica, e não podemos, de forma unilateral, no momento da Sessão, alterar a ordem, senão todo o entendimento entre nós irá por água abaixo. Esse é o encaminhamento que faço a V. Exª, o Dr. Jorge pode lhe assegurar que é essa a ordem combinada, e, se algum dos Projetos não está pronto para votar, siga-se a ordem de sucessão. Aceitamos, evidentemente, que algum Projeto com Requerimento de Urgência que não possa ser votado hoje seja votado amanhã, não há problema, mas não podemos antecipar sem acordo entre as Lideranças.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O que eu tenho aqui é o que a Diretoria Legislativa me deu.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, eu peço atenção do Ver. Carrion e das demais Lideranças. Hoje, no horário de amanhã, nós conversamos com todas as Lideranças desta Casa e estabelecemos um critério. Eu gostaria que a Verª Manuela d'Ávila prestasse atenção, porque nós definimos um critério. Eu gostaria que o Ver. Raul Carrion prestasse atenção, pois eu não estou aqui discutindo nenhuma especificidade, mas discutindo o critério. Qual foi o critério estabelecido? Quando um Projeto ou um Requerimento na Ordem do Dia estivesse inapto à votação, havendo sintonia, havendo permissão do autor do Projeto, outro Projeto, automaticamente, viria para a ordem daquele Projeto que está inapto à votação.

Hoje pela manhã, nós já aplicamos esse critério. Como nós aplicamos esse critério? O Projeto que trata das FGs tem uma Emenda que está sendo construída, portanto ele não está apto para ser votado dentro do critério aprovado pela unanimidade das Lideranças; então, o próximo Projeto apto a votar foi o Projeto das entregas de medicamentos. Desde hoje pela manhã, nós aplicamos esse critério, e o critério é uma coisa que tem que servir para todos.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Verª Clênia Maranhão, tanto eu quanto a senhora não temos a tradição nesta Casa de romper acordos que são firmados politicamente. Quero dizer que - não sei se por um mal-entendido, ou qualquer outra natureza - o que a Bancada do PCdoB compreendeu é que os Projetos que estavam abaixo na lista, em o autor retirando... Por exemplo, no momento que Ver. Elói Guimarães retira o seu Projeto da votação, o Projeto que está abaixo, no acordo político que firmamos na segunda-feira, automaticamente sobe, porque é a lógica. Se um Vereador retira, o outro Projeto que está abaixo na lista firmada no acordo, ou seja, na ordem que firmamos no acordo, é o que vale.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Estão suspensos os trabalhos para acordo com as Lideranças.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h18min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 15h19min): Estão reabertos os trabalhos.

Tenho uma informação relevante: o que houve é que o Presidente Elói Guimarães já havia colocado em votação essa inversão, e ela foi aprovada. Portanto, vamos iniciar de acordo com essa inversão.

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Verª Clênia Maranhão, o Presidente Elói Guimarães já havia colocado em votação essa inversão, e ela foi aprovada. Este Presidente, que assumiu, não estava a par.

Em votação o Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência ao PLE nº 033/05. (Pausa.)

 

(Manifestação anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereadora, já houve deliberação, está registrado em ata. Vossa Excelência quer encaminhar?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Se for necessário, eu terei que encaminhar, mas quero fazer um apelo a V. Exª, que está presidindo os trabalhos, para que pudéssemos - e propus à Verª Clênia - votar, no final da tarde, a urgência do Projeto do Shopping Popular, porque havíamos acordado na Mesa. É verdade que acordamos que iríamos puxando os Projetos, mas também acordamos que sobre esse, em especial, nós queríamos ter algumas conversas com o Governo. Então, eu acho que há sensibilidade da Verª Clênia, em nome da base do Governo, de examinarmos a urgência desse Projeto ao final da tarde, ajudando a mantermos o bom clima que estabelecemos nesta semana. Gostaria de fazer este apelo a Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A senhora propõe, então, que o Requerimento seja colocado por último?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Exatamente, no final dos trabalhos de hoje. Aí poderemos conversar sobre algumas emendas, Ver. Nedel, que poderão viabilizar, inclusive, a aprovação neste ano.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu dei tempo para vocês se entenderem. Não se entenderam. Eu tenho que colocar em votação o que já foi acordado, a não ser que a Líder do Governo concorde.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Presidente, então nós estaremos encaminhando o Requerimento que foi colocado em votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 033/05. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. João Carlos Nedel, demais Vereadores e Vereadoras, eu queria encaminhar contrariamente por diversas razões. Primeiro, nós reunimos os Líderes e a Mesa nessa segunda-feira e fizemos um acordo quanto à votação dos Processos do Executivo e dos Projetos dos Vereadores. Tenho aqui nas minhas mãos o acordo feito. Votaríamos hoje à tarde o Requerimento de Pedido de Urgência do PREVIMPA e do ISSQN. Surpreendentemente, sem negociação com as Bancadas da oposição, está sendo votado Requerimento de Urgência dos Shoppings Populares, portanto fora do combinado, do acertado...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. RAUL CARRION: Colocando, doravante, sob suspeita qualquer acordo nesta Casa.

Segundo, nós temos colocado para o Governo Municipal a ponderação de que um Projeto dessa importância, dessa monta, dessa complexidade, uma questão com que esta Cidade convive há décadas, deveria ser deixado para o próximo ano, não para este ano. Ele é um tema que não depende, para ser votado, por exemplo, em 31 de dezembro, de uma questão tributária. Vejam bem, esse Projeto era para vir para a Casa em junho, em julho, todo o mundo ouviu a notícia. Tudo bem, o Governo precisou de onze meses para trazer o Projeto para a Casa, nós respeitamos. O Projeto veio para cá, Ver. Haroldo, no dia 28 de novembro, faltando quinze dias para o recesso.

Nós, ao votarmos a urgência, estaremos votando no sentido de que ele não passe pela Comissão de Constituição e Justiça e por todas as Comissões Permanentes. Faremos uma reunião aqui, amanhã ou depois de amanhã, ou segunda-feira, para votar em Plenário, sem exame dos Vereadores. E é um Projeto que tem muitos problemas. Eu vou indicar alguns: colocam um centro de compras para pessoas físicas e jurídicas, mas camelô é pessoa jurídica? Ou vai ser para microempresas? Colocam aqui, por exemplo, que a licença será para um ano, puxa vida! O camelô precisará de uma licença a cada ano!

Então, nós entendemos que é preciso uma negociação nesta Casa, uma negociação com a sociedade, e precisamos de tempo para isso. Pedir urgência é um equívoco, e urgência no que era para ser votado ontem e tem que ser votado hoje é mais ainda. Então, essa forma açodada, Ver. Ervino, essa forma atabalhoada, não irá resultar num Projeto bom para a Cidade, bom para os trabalhadores informais, que são informais não por que querem. Então, eu faço um apelo para que esta Casa, em vez de atropelar o processo legislativo, sem razão que justifique, deixe que o Projeto percorra as Comissões, que fique para o próximo ano, que garantamos o Projeto, que o Shopping Popular não seja vertical, que garantamos que esse Projeto não seja gerido pela iniciativa privada, mas que tenha os trabalhadores informais, tenha o Governo na gestão, inclusive - é possível -, tenha até os empresários construindo. Então, por tudo isso, defendemos “não” à urgência; por uma tramitação normal do Projeto.

Há o compromisso deste Vereador e da Verª Manuela de não protelarmos essa discussão, ma de votarmos de forma consciente, até de buscarmos um consenso para o início do próximo ano. Quem levou onze meses, Ver. Bernardino, para mandar o Projeto para esta Casa, quer agora que a Câmara vote em quinze dias? Nós vamos abrir mão do nosso trabalho, Srs. Vereadores? Eu creio que não é assim, é um problema que tem que ser enfrentado, mas enfrentado com tranqüilidade, com espírito social e de forma democrática. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apenas para esclarecer: esta ordem de votação, constante do documento que tenho em mãos, foi submetida à deliberação do Plenário.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 033/05.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, cidadãos, cidadãs, nós nos opomos radicalmente à urgência da votação deste Projeto, até porque temos boa vontade de discutir com o Governo, com os 36 Vereadores e principalmente com os interessados no tema. Não é um Projeto que necessita da chamada anualidade, que precisa ser votado num ano para entrar em vigor no outro ano, como são os referentes a impostos, vamos esclarecer. Em agosto, esse Projeto deveria ter vindo para cá, porque ele foi anunciado durante o recesso da metade do ano. Eu insisti, por várias e várias vezes, para conhecer o conteúdo do Projeto. Ele chegou na Câmara no dia 29 de novembro, e nós só o recebemos na semana passada.

Hoje eu protocolei quatro Emendas, foi-me solicitado que fizesse um protocolo normal. Então, nós queremos discutir sobre as Emendas com o Governo, queremos discutir sobre as Emendas com os cidadãos de Porto Alegre, com os ambulantes da Cidade, para ver se nós temos concordância mínima. Isso não quer dizer que nós sempre teremos a concordância do conjunto da Cidade. Por exemplo, pessoalmente sei que há pessoas que têm divergência comigo sobre a minha posição acerca do comércio informal da Cidade, mas tenho opiniões claras, não deixo que nenhuma das minhas posições sejam escondidas, todo o mundo sabe o que eu penso sobre o tema. Agora, eu não quero uma posição unilateral, uma posição de uma parte apenas. Eu posso ser, inclusive, derrotado, não há problema nenhum, no entanto quero que se discuta com tranqüilidade. Eu estou cansado, nesta semana, de ter de votar as coisas no afogadilho. Nós passamos, este ano inteiro, fazendo homenagens ridículas dentro desta Casa, atropelando o Regimento Interno, sistematicamente.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ADELI SELL: Os protetores dos animais já estiveram, no mínimo, seis, sete vezes aqui para votar um Projeto importante; agora, no afogadilho, tentam mudar um Projeto. Vão tentar fazer isso com vocês também, independentemente se eu votar de acordo com a posição que muitos aqui estão votando. Mas, por exemplo, na questão dos animais, introduzem, na última hora, artigos que não têm nada a ver com o Projeto. E nós queremos discutir, porque aqueles que militam nessas áreas... Eu milito, especificamente, na área do desenvolvimento econômico, com contradições de muitos; na área da proteção aos animais, da guarda responsável, e não será na última hora, com pressão, com grito, com introdução de coisas esdrúxulas nesse Projeto de Lei, que nós vamos capitular.

E não adianta vir com pressão, como fizeram na Assembléia Legislativa do Estado sobre esse tema também, porque, durante o ano inteiro, eu não fui procurado por nenhum setor, a não ser pelos que estão nas galerias aqui, que fizeram abaixo-assinado, mandaram e-mails para os Vereadores se posicionando. Portanto esta Câmara e os Vereadores têm de ter posição. Eu tenho posição, sou contra, a Bancada do PT é contra a urgência, e estou falando em nome de sete Vereadores, que têm um trabalho e querem discutir e não querem votar nada, em absoluto, no afogadilho. (Palmas.)

Vou mais longe, não há nenhum problema de fazer Sessões Extraordinárias entre o Natal e o Ano-Novo, eu estarei aqui como estive em todos os meses do ano, em todos os dias. A Comissão de Educação, que eu presido, junto com a Verª Sofia, a Verª Manuela, o Ver. Sebastião Melo e a Verª Neuza Canabarro, fez, este ano, um recorde de reuniões. Nós tivemos tempo de fazer 64 reuniões, 114 pautas diferenciadas, foi um exercício de cidadania, de democracia, na qual todas as partes puderam ser ouvidas, inclusive aqueles que tinham posição contrária à minha, por exemplo, em vários temas.

Portanto, não tentem nos atropelar, porque nós estaremos ao lado do povo e, amanhã, nós teremos condições de, na madrugada, estar com o panfleto na rua, se o problema for trabalho, porque este não é um problema só meu e da minha Bancada. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o PLE nº 033/05.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, esta Casa, em final de ano, especialmente, como nós todos sabemos, tem dificuldades com os Processos de todos os segmentos, pois todos os setores querem ver atendidas as suas reivindicações. Essa questão que diz respeito aos trabalhadores do artesanato, aos trabalhadores ambulantes, aos trabalhadores do nosso chamado e querido camelódromo - pelos quais nós temos muito respeito, na verdade são fruto de uma política excludente, que faz com que as pessoas estejam na economia informal - tem de ser tratada com respeito, porque nós sabemos há quanto tempo o desmantelamento do emprego, não só no Brasil, mas também em nível internacional, vem acontecendo.

Há neste momento uma solicitação à base do Governo para que a gente tenha um tempo a mais para estabelecer essas relações. E nós sabemos que, neste aspecto, uma tarde a mais, um dia a mais, é, sim, fundamental. Então eu quero apelar à base do Governo, à sua Liderança, para que compreendam o momento que nós estamos vivenciando, pois estamos fazendo um esforço coletivo para aprovar o Projeto, mas esse Projeto tem de estar 101% junto com esta população, que é a que vai enfrentar 101%, durante todos os dias, a nova realidade. Portanto, senhoras e senhores, tenho certeza de que a base do Governo vai se sensibilizar e aguardar o momento requerido por esta comunidade. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria, que solicita Regime de Urgência para o PLE nº 033/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nós, nesta Casa, estamos vivendo um momento de muito trabalho e, para agilizarmos esses trabalhos, construímos, de uma forma extremamente democrática, uma pauta mínima de Projetos de Lei. Todos os Vereadores indicaram um Projeto para votação. E o Executivo priorizou, entre suas dezenas de Projetos, alguns Projetos para serem votados. Nós procuramos construir uma agenda de votação e estabelecemos um critério para essa votação, um critério que foi reformulado, várias vezes, mas, hoje, temos um critério, e é isso que estamos implantando nesta tarde. Para isso, consultamos todas as Lideranças. Não traímos o acordo, não demos rasteira, não atropelamos ninguém, porque isso não faz parte nem dos nossos conceitos nem das nossas práticas.

Sei que, neste plenário, na tarde de hoje, há vários grupos que, de uma forma legítima e democrática, acompanham os Projetos de Lei, que são muitos, os quais votaremos, seguramente, até a noite. Portanto, procurarei ser rápida, mas achei importante dizer às senhoras e aos senhores presentes que nós estamos querendo, sim, agilizar este Projeto.

Uma das questões que estamos discutindo aqui é um Requerimento para agilizar o Projeto referente ao Shopping Popular de Compras. Este Projeto não será votado hoje. O que temos de garantir, para que ele seja votado no ano de 2005, é a aprovação do que chamamos Regime de Urgência. É apenas isso. Fora isso, é uma coisa que não corresponde à verdade.

Também eu não poderia deixar passar aqui algumas intervenções. Sou Vereadora há doze anos, e, nesses doze anos, na Casa, aqui com vocês, recebi, centenas e centenas de vezes, vários e vários trabalhadores do mercado informal. As condições do trabalho são adversas; as pessoas ficam nas ruas, ao relento às vezes, na chuva, no sol, no sereno.

Eu acho que havia, e há, uma enorme instabilidade e insatisfação dos trabalhadores informais. E faço questão de separá-los e de separá-las de outras pessoas que se apresentam como camelôs e que, na verdade, nós sabemos, não o são. Nós achamos que essa condição de trabalho não é uma condição de trabalho cidadã. Portanto, a Prefeitura de Porto Alegre, cansada de ouvir as pessoas reclamarem que perderam o direito de ir e vir no Centro de Porto Alegre, com a sua responsabilidade pública de ajudar a resolver os problemas dos trabalhadores de rua, os camelôs - como são chamados -, começou a construir uma proposta de inclusão social.

Se este Projeto chegou aqui no mês de novembro é porque nós não quisemos atropelar o processo. Desde o mês de janeiro, a Prefeitura de Porto Alegre, à procura de uma inspiração, através dos seus Secretários, visitou outras Capitais brasileiras que resolveram esse problema. Nós fizemos várias Audiências Públicas, algumas dentro do Mercado Público, algumas dentro de outras entidades, procurando construir uma solução. O Projeto de Lei está em discussão, poderemos incorporar várias emendas para aprimorá-lo, porque é assim que nós trabalhamos: aprimorando o Projeto, absorvendo idéias, propostas e construindo uma melhor solução. É disso que se trata, é isso que estamos fazendo aqui. Não é atropelando, não é desrespeitando.

Agora, eu me surpreendi um pouco com o discurso do Ver. Adeli, porque ele foi Secretário da SMIC e, durante dezesseis anos, compactuou com essa falta de solução. Não é justo, não é legítimo que ele, pelo fato de estar na oposição, queira boicotar e bloquear uma decisão. E o Ver. Carrion acompanhou esse processo de discussão. Nós fizemos com o Vereador vários debates sobre isso. Portanto, eu só espero que os debates feitos publicamente sejam os mesmos de quando nós fazemos as reuniões dos Líderes, sentados à mesa do Salão Nobre desta Casa. A nossa palavra é única, o nosso comportamento é claro, é transparente, é de diálogo e é de construção, mas não dá para compactuar com proselitismo político.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, por solicitação do Ver. Raul Carrion, o Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão, que solicita Regime de Urgência para o PLE nº 033/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 19 votos SIM e 07 votos NÃO.

Declaração de voto firmada pelo Ver. Adeli Sell (Lê.): “Repudio os atropelos de votação. Queremos garantir um processo livre e democrático.” (Palmas.)

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. s/n.  (Ver.ª Clênia Maranhão) - requer Regime de Urgência para o PROC. N. 6935/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 012/05, que altera, inclui e revoga dispositivos da Lei Complementar n. 07, de 07 de dezembro de 1973, e alterações posteriores; altera e inclui dispositivos na Lei Complementar n. 306, de 23.12.93 e dá outras providências. (ISSQN) (incluído em 14-12-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão, que solicita Regime de Urgência para o PLCE nº 012/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos, este nós temos de votar com urgência, é imposto, é à base da anualidade. Ou a gente vota agora, ou não incide sobre o tributo no ano que vem.

Mas não há nenhuma urgência de ser votado este ano o Centro Popular de Compras, o camelódromo. Ou alguém vai resolver o problema até o dia 31 de dezembro? Alguém vai resolver o problema? Não, não vai resolver. Eu, pelo menos, sei, tenho história, porque em quinze meses não consegui resolver. Portanto, não vai ser em quinze dias que a atual gestão vai resolver o problema. Então, para que essa pressa, para que esse açodamento?

Aqui, sim, você curte o objetivo. Nós vamos acompanhar o Requerimento, vamos votar “sim”, vamos votar favoravelmente o Projeto. Eu sempre tenho dito e defendido aqui: os altos índices do ISSQN vão fazer com que outras empresas saiam daqui, vão ter uma empresa de fachada em Eldorado e vão continuar agindo aqui e não pagando impostos para nós. Portanto, acompanho a votação.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão, que solicita Regime de Urgência para o PLCE nº 012/05.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, entre tantos Projetos que esta Casa analisou este ano e ainda vai analisar, estes dois Processos eu considero de um significado muito grande, Ver. Adeli.

A alíquota do ISS - que é o Imposto sobre Serviços - na grande maioria das vezes está lá na casa dos 5%, e vários setores da economia aqui de Porto Alegre têm reclamado enormemente dessa alíquota. Um dos Projetos trata do setor de recapeamento de pneus. Porto Alegre, Presidente, tem pouquíssimas empresas de recapeadoras de pneus, pouquíssimas. E a pesquisa que nós fizemos no entorno de Porto Alegre - Cachoeirinha, Gravataí, Canoas, Esteio, Sapucaia - mostra que todos esses Municípios taxam o recapeamento com 2%.

Uma empresa que talvez seja hoje a que lidera esse serviço disse à Prefeitura com muita clareza: “Ou vamos adequar essa base, ou nós vamos fazer aquilo que as outras empresas estão fazendo: mudar para a Grande Porto Alegre”. Então, o Secretário da Fazenda mandou ao Legislativo um Projeto que, na verdade, não atende na sua inteireza, porque eles queriam 2%, mas baixou para 3%. E há o compromisso da categoria dizendo: “Olha, Secretário, se nós aumentarmos a arrecadação em um ano, o senhor baixa para 2%?” E o Secretário disse: ”Topo. Os senhores têm que mostrar então que, mesmo baixando a alíquota, nós vamos arrecadar mais aos cofres municipais.” É uma experiência pequena, mas significativa, porque isso pode apontar caminhos, amanhã ou depois, para outras reduções de impostos. Nós achamos que, sempre quando há redução, se amplia a base de arrecadação.

Ora, o outro Projeto do ISS também faz justiça, Ver. Adeli, porque hoje a lei diz que a agência de propaganda, do que ela arrecada, fica com 20%, que é a sua comissão, e 80% na verdade ela repassa ao veículo - à televisão, ao rádio, ao jornal. E a Prefeitura encontrou uma forma inteligente de cobrar o que é da agência e taxar direto dos fornecedores. Portanto, também se faz justiça, porque alguém que arrecada 100%, que recolhe sobre 100%, mas só fica com 20% desse total... Então, eu acho que também é um Projeto que merece aplauso. Eu acho que há iniciativas que esta Casa votou que merecem o nosso aplauso. Por exemplo, nós fizemos este ano o Refis, foi um avanço nesta Cidade. Nós fizemos este ano o parcelamento do ITBI, é um avanço. E, agora, nós estamos ajustando dois setores importantes: os recapeadores de pneus e as agências de propaganda.

Então, este é um Projeto que se vota com gosto, sim, porque ele vai abrir, sem dúvida alguma, para que a gente possa fazer uma revisão tributária.

Eu acho que os entes federados precisam, mais do que nunca, primeiro, estabelecer competência definitiva. Ou seja, não adianta eu dizer que são de competência do Município a Saúde, o asfalto, o esgoto, a moradia, mas não dar a ele as condições. Então, essa é uma questão maior, mas que está lincada com esse processo de discussão. Ou seja, nós temos que definir competências, porque todo mundo quer reforma tributária neste País, mas todo mundo quer reforma tributária da sua maneira. Então, se nós estabelecermos as competências e, junto com as competências, qual o valor que deve seguir junto com esses compromissos, de certa forma estará encaminhado.

Então, eu encaminho favoravelmente. Acho que é um avanço; quero cumprimentar o Governo, o Secretário Cristiano, porque participei desse processo. Estive várias vezes no Sindicato e na Secretaria, portanto fui partícipe desse processo de convencimento, junto com os empresários da área, para que a gente fizesse uma experiência. Espero que seja uma boa experiência para podermos abrir negociações com outro setor. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão, que solicita Regime de Urgência para o PLCE nº 012/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Se não houver oposição, se o Plenário deliberar nesse sentido, vamos fazer uma transposição do PLL nº 282/05, de autoria deste Vereador, com o PR nº 064/05, de autoria da Verª Mônica Leal, que é uma questão menos complexa.

Em votação o Requerimento de transposição dos Projetos citados. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1094/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 064/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que altera a redação do inciso V do art. 30, do inciso V do art. 31, e do art. 40 da Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, passando a denominar Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana a atual Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, composta de seis integrantes.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;

 - da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Goulart: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,

§ 1º, II da LOM;

- votação nos termos do art. 126 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 14-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PR nº 064/05, de autoria da Verª Mônica Leal, que altera o nome da CEDECONDH. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 064/05, de autoria da Verª Mônica Leal.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, a Verª Mônica Leal propõe que a nossa Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor agregue o tema da Segurança, e nós somos favoráveis, porque há uma necessidade imperiosa de que esta Câmara tenha uma Comissão nesse sentido. Verª Mônica, as questões de Segurança acabavam sendo levadas para a CEDECONDH por causa da questão dos Direitos Humanos, pois muitas vezes havia conflito entre a ação da Segurança e do cidadão. Creio que introduzir o tema Segurança na Comissão é muito correto.

Inclusive estou pedindo uma Comissão Especial para tratar de uma questão específica - acho que tem que ser uma Comissão Especial, porque vai tratar da questão do roubo de carros, receptação, ferro-velho. Terá que ser uma coisa muito urgente para trabalhar projeto de lei, ações do Executivo e outras instâncias, por isso pedi uma Comissão Especial.

Mas eu quero acompanhar V. Exª - nós todos da Bancada a acompanharemos - nessa questão de introduzir a Segurança Pública na Comissão. Esse é um tema tão importante que deveria haver, com uma certa regularidade, a vinda das autoridades à Câmara de Vereadores. A exemplo do que nós fizemos - naquilo que era da nossa competência -, quando o Secretário Kevin Krieger veio à Comissão de Educação Cultura e Esportes para discutir algumas questões da sua Pasta que tinham vinculação com a nossa Comissão, principalmente com relação à questão da insegurança nas escolas. Só para citar um caso: uma escola, em onze dias, foi assaltada três vezes. Três vezes uma escola foi assaltada em onze dias! Nós tivemos o caso do Colégio Grande Oriente - escola municipal -, em que houve três seqüestros; não foram roubos. A Verª Maria celeste, que mora na região, sabe o drama dos professores, dos alunos, dos pais no Colégio Grande Oriente, na Zona Norte, exatamente por causa da insegurança. Trazer o tema da Segurança a essa Comissão é, portanto, de fundamental importância.

Vimos hoje nos jornais que um jovem foi morto na Rua 24 de Maio - aqui pertinho de nós -, ontem, na frente do seu edifício, ele foi assassinado. Não estamos discutindo aqui se havia disputa com outros grupos, com outras pessoas ou o que ele fez ou deixou de fazer, a questão toda é chocante! No estacionamento da PUC, uma senhora foi atingida por um disparo feito de um automóvel com duas pessoas dentro. Essa pessoa parece que não tinha vínculos com a PUC. Não interessa também! Quem tem que saber é a Polícia - por que ela estava lá, o que estava fazendo, quem eram as pessoas que atiraram...! A questão toda é a insegurança.

Eu recebi e-mail, Ver. João Dib, de um cidadão importante desta Cidade que mora em Porto Alegre, que trabalha em Porto Alegre, dizendo que seu filho foi morto em Canoas: ele tinha 20 anos de idade e foi morto em 29 de setembro. Até hoje não há nenhuma solução para o caso da morte do único filho que esse cidadão tinha. Como também foi o caso, muito conhecido aqui, do Oderich, que teve seu filho assassinado numa das ruas de Porto Alegre na semana da sua formatura; ele não pôde receber seu diploma porque foi barbaramente assassinado, quando levaram seu carro.

Portanto, a questão da insegurança pública na cidade de Porto Alegre, os problemas gravíssimos que estamos vivendo... E há mais: nós podemos discutir, sim, Verª Mônica, porque, a cada três meses ou menos, um Major, um Capitão, um Tenente-Coronel muda de posição. Vou dar um exemplo aqui. Havia um cidadão que estava no 20º Batalhão, passou para a Fazendária, foi para o 11º Batalhão e, agora, está no Corpo de Bombeiros - isso tudo em um ano! Alguma coisa está errada na Segurança Pública deste Estado.

Portanto, a Câmara Municipal tem que colocar a questão da Segurança Pública nessa Comissão, discutir e tomar medidas concretas pelo bem e pela segurança de nosso povo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra, como autora, para encaminhar a votação do PR nº 064/05.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos honram com a sua presença, a violência urbana nos atormenta e nos amedronta. A situação é cada vez mais crítica. A marginalidade e a violência tomam conta da nossa Cidade. Diante dessa crescente onda de violência é que sinto a necessidade da criação de uma Comissão Permanente de Segurança Pública. Sugiro, de início, já que é impossível torná-la única e exclusiva, inserir a questão da Segurança Pública na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. A Lei nº 9.056, de 27 de dezembro de 2002, criou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Pública, tendo hoje como Secretário Kevin Krieger. Podemos seguir esse exemplo, criar um trabalho nesta Casa permanente sobre Segurança Urbana.

Dessa forma, com certeza, nós poderemos planejar uma política de Segurança, examinando, estudando a distribuição geográfica da criminalidade, para descobrir e dar prioridades a áreas existentes em nossa Cidade; avaliar os serviços que estão sendo feitos no âmbito municipal, desenvolvendo principalmente programas voltados ao bem-estar da população de Porto Alegre.

Quero registrar, mais uma vez, que não estou alterando o nome da Comissão, e sim acrescentando esse tema devido à sua importância, visto que nós vivemos o pânico da violência, a cada dia, na nossa cidade de Porto Alegre. Eu peço, com isso, o apoio de todos os colegas Vereadores, porque, com certeza, estaremos fazendo alguma coisa para o cidadão porto-alegrense que vive aterrorizado tanto dentro como fora das suas casas. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 064/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria, como primeira frase do meu discurso, de fazer um voto de congratulações à brilhante Verª Mônica Leal, que tem trabalhado intensamente a questão da Segurança nesta Casa. Queria acrescentar ao discurso da Vereadora a idéia de que realmente não vamos mudar o nome da Comissão, mas a Comissão, mais dia, menos dia, vai-se chamar Comissão de Segurança, pela importância que esse tema tem.

Foi feito um trabalho imenso no gabinete, depois com os membros da Comissão, até chegar ao público. Tornando-se uma Comissão também de Segurança, teremos a possibilidade de convidar, inclusive até de convocar, quando for o caso, autoridades para o debate de um dos maiores desafios deste milênio, que nos constrange muitas vezes, em relação à nossa impotência perante problemas públicos sem solução. Estranhamente esta Casa nunca teve uma Comissão de Segurança; estranhamente nós temos, hoje, uma piora acentuada em todos os níveis, no Brasil inteiro, nas estatísticas e nos resultados públicos nas questões de Segurança. Essa piora é uma luz vermelha que se acende e que está a demonstrar que nós estamos errando no método, na questão da metodologia em Segurança, que é fundamental, é definitiva. E nós, brasileiros, em razão da piora acentuada da violência no Brasil, temos de revisar as metodologias das políticas públicas. E, para que isso aconteça, só com a criação de uma Comissão, de um local oficial de debate, de pesquisa e de busca de novos caminhos acertados para a diminuição da criminalidade e dos dados estatísticos que a envolvem.

Hoje, nós estávamos debatendo a licença, a arquitetura das creches e a educação infantil na cidade de Porto Alegre. A Cidade precisa, desesperadamente, triplicar o número de creches, porque nós estamos rejeitando nossas crianças e a educação infantil de nossas crianças. Em vez de moldar, de aperfeiçoar o seu crescimento, nós estamos formando uma fábrica infernal, insustentável de marginais. E, mais cedo ou mais tarde, pela falta de creches, pela falta de Ensino Pré-Escolar, pela falta de educação infantil, nós teremos que enfrentar estatísticas extremamente dolorosas, como o suicídio dos jovens, e, principalmente, o aumento significativo da criminalidade dos nossos jovens, que terão vida muito curta no crime e habitarão, não as suas casas, mas a FEBEM e as prisões.

Isso que nós estamos fazendo é de uma metodologia completamente errada. Os serviços de política pública precisam, urgentemente, de renovação, de debate; precisam, principalmente, achar um caminho que os leve na direção da solução dos problemas, porque, até agora, só pioraram os dados estatísticos. Houve uma piora acentuada, ameaçadora e, mais do que isso, assustadora, aterrorizadora, para os fins de uma sociedade que quer acertar, que quer ter um pouco mais de direito à felicidade. Hoje nós nos defrontamos com a nossa juventude envolvida em tóxicos, envolvida em fenômenos educacionais, envolvida numa estatística insuportável de suicídios, envolvida com a criminalidade e, por fim, com uma violência insuportável em nível urbano. É disso que nós precisamos, Vereadora, e é por isso que eu quero-lhe cumprimentar neste dia, porque vamos votar um dos melhores Projetos deste ano.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 064/05.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, não farei uso dos meus cinco minutos porque, em função do grande número de assuntos, temos que encaminhar outros Projetos ainda no dia de hoje. Pelo menos a mim interessa que a nossa Casa consiga produzir o máximo em cada um dos seus dias de trabalho, e temos vários segmentos interessados em outros Projetos aqui no dia de hoje.

Eu gostaria de parabenizá-la, Verª Mônica Leal, por compreender a importância de nós, Câmara de Vereadores, trabalharmos a temática da Segurança de uma maneira séria, de uma maneira cotidiana e não apenas eventualmente, como temos feito até o dia de hoje. Eu acredito que a temática da Segurança cai perfeitamente na Comissão de Direitos Humanos, porque nós também temos o péssimo hábito na política, fundamentalmente no nosso Estado, de isolar a temática da Segurança das profundas desigualdades sociais que as criam. Hoje pela manhã, eu estava num debate na rádio, e um grande médico do nosso Estado, Dr. Barata, dizia que nós semeamos durante anos a desigualdade e estamos colhendo, como fruto, a violência urbana. Essa é a realidade.

Para podermos ter o panorama real do cenário de violência, para mais dessa tentativa de caos social que tentam criar... Porto Alegre é a Cidade que tem mais sentimento de medo entre as Capitais do nosso País. O que significa isso? Entre o número de assaltos reais e o sentimento de insegurança da população, comparado com Rio, São Paulo, Belo Horizonte, a nossa população é a que mais sente medo entre todas as Capitais do nosso País; é o chamado sentimento de violência, sentimento de medo. Por isso, a nossa Câmara de Vereadores deve trabalhar de maneira sistemática.

Eu queria falar do menino Jonas, que foi assassinado nesta madrugada, inclusive ele era amigo da filha da minha Chefe de Gabinete, de dezesseis anos; uma menina que tem que conviver com um assassinato bruto com dezesseis anos de idade! Agora, se nós viermos falar, nós vamos falar todas as noites, todas as manhãs, todas as tardes em função dos assassinatos que acontecem em todo o nosso País. E, se nós formos averiguar, esses assassinatos têm cara; esses assassinatos ocorrem com os jovens, homens negros do nosso País. Não é a troco de nada que nosso País vive hoje uma situação demográfica de guerra, ou seja, faltam homens jovens em nosso País, porque a grande parte desses homens jovens é formada - a sua maior parte - por negros, porque são os negros que ainda vivem nas nossas periferias e estão envolvidos em situação de violência, seja matando, seja morrendo. Nós não podemos eternamente pensar - e devemos pensar em punir os responsáveis - simplesmente em punir; nós temos que pensar em alternativas para que essas crianças e esses adolescentes não virem potenciais ladrões, não virem potenciais assassinos.

Nós não queremos só o combate à violência de uma forma geral, nós queremos combater aquilo que causa a violência, porque, caso contrário, nós veremos os nossos filhos, os nossos netos, daqui a setenta anos, debatendo o aumento da criminalidade. E podem ter certeza de que eles também estarão debatendo de maneira simultânea o aumento da desigualdade social. Ou nós tratamos a Segurança Pública de uma maneira séria, cotidiana, reconhecendo inclusive os investimentos públicos que são feitos nessa área, ou então, Verª Mônica - e por isso eu a parabenizo -, nós vamos ficar nos queixando, enquanto cresce o nosso sentimento de medo, e eternamente teremos que andar nas ruas olhando para trás sem saber se quem vem, por ter determinado perfil social, é ou não o ladrão, como acontece nos dias de hoje com qualquer cidadão.

Vejam a maldade e a falta de sentimento de humanidade impresso nisso. Qualquer cidadão que vê um jovem negro, de boné, de um lado da rua, atravessa para o outro lado da rua, porque tem medo que seja um ladrão. Nós temos que acabar com esse tipo de preconceito, com esse tipo de situação social. Por isso a importância de debatermos todos os dias nesta Casa a questão dos Direitos Humanos e Segurança Pública de maneira combinada. Muito obrigada.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº 064/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, queria saudar a todos.

Eu fui um dos grandes defensores, juntamente com outros Vereadores, do Projeto que criou a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana; depois de uma luta bastante ferrenha nesta Casa, nós conseguimos aprová-lo. Hoje a Secretaria é dirigida pelo excelente Secretário Kevin Krieger, e acho que nunca é demais o que se faz pela área da Segurança.

Verª Mônica Leal, é brilhante a sua iniciativa. Eu sou Presidente da CEDECONDH, a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. É uma Comissão importante nesta Casa, assim como todas as demais Comissões são extremamente importantes, mas agora essa Comissão tem sob sua responsabilidade a Segurança Urbana. É brilhante, excelente a idéia. Acho que a Casa, nós, Vereadores, sem dúvida nenhuma, temos de estar ao lado do povo, ao lado desta Cidade para darmos a nossa parcela de colaboração à Segurança da nossa Cidade.

E eu, como Presidente da CEDECONDH - e o serei até o final deste ano -, queria aproveitar esta oportunidade para reconhecer o trabalho muito harmônico e com muito coleguismo dos nossos integrantes: Verª Maria Celeste, Vice-Presidenta da Comissão; Verª Margarete Moraes, Ver. Maurício Dziedricki, Ver. Bernardino Vendruscolo e Verª Clênia Maranhão. Portanto, senti-me muito honrado em presidir essa Comissão, e a forma como a gente trabalhou - transparente, sem disputa político-partidária - foi um ponto positivo, o nosso trabalho foi aberto, voltado à comunidade e às pessoas que nos procuraram. Foi uma Comissão pluripartidária que defendeu o seu trabalho com muita harmonia, com muita transparência, e houve muito respeito entre os Vereadores e as Vereadoras participantes. Aproveito a oportunidade para fazer esse registro e mais uma vez agradeço a colaboração que tive neste ano dos Vereadores participantes da Comissão.

Para encerrar, Verª Mônica Leal, meus parabéns pela sua brilhante iniciativa, e o Presidente dessa Comissão, no próximo ano, sem dúvida nenhuma, também fará um bom trabalho, agora com mais essa responsabilidade que terá a Comissão de Segurança Urbana. Fica aqui o meu reconhecimento e, ao mesmo tempo, meu agradecimento.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLL nº 091/04.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo que solicita dispensa de envio das Emendas nºs 02 e 03 ao PLL nº 091/04 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoamos Ofício de autoria do Ver. Carlos Comassetto (Lê.): “Vimos, por meio deste, solicitar a reconsideração da ausência da 6ª, 7ª e 8ª Sessão Extraordinária, 1ª Sessão Legislativa Ordinária de 14 de dezembro de 2005, às 9h30min, devido ao atraso do vôo de retorno da 2ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, ocorrido nesta manhã, em Brasília e na escala de São Paulo, no qual representei este Legislativo. Atenciosamente, Carlos Comassetto”.

Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PR nº 064/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 32 votos SIM.

A Mesa propõe uma alteração na ordem de votação dos Projetos: votar o PLL nº 091/04 por transposição do PLCE nº 005/05. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam esta transposição permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2178/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 091/04, de autoria dos Vereadores Sebastião Melo e Beto Moesch, que institui o Programa de Proteção aos Animais Domésticos e dá outras providências. Com Emenda n. 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e pela existência de óbice de natureza jurídica à Emenda n. 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Claudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- prejudicada a votação da Emenda n. 01, nos termos do art. 56, § 2º, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 14-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 091/04. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos honra com a presença aqui na Casa Legislativa, especialmente as defensoras e os defensores dos animais domésticos, que foram parceiros na construção deste Projeto de Lei de autoria deste Vereador em co-parceria com o Ver. Beto Moesch.

Dos cinco anos de Vereança que exerci, num eu tive a honra de presidir a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa. Lá existe o que nós chamamos de Fórum Permanente na Defesa dos Animais, que se reúne sempre na primeira segunda-feira de cada mês, Verª Mônica - e Vossa Excelência, o Ver. Sebenelo, o Ver. Beto e outros Vereadores sempre estiveram nessa discussão. Lá, entre tantos debates, surgiram dois Projetos: um deles trata da questão das carroças, Projeto que ainda se encontra nas Comissões Temáticas da Casa e que tem recebido uma boa colaboração do Ver. Adeli; o outro é este Projeto, que conseguimos aprontar nas Comissões Temáticas, Projeto que trata da esterilização gratuita dos animais e também da posse responsável.

Nós achamos que este Projeto, com as Emendas que recebeu, vai ser um exemplo para o nosso País. Sabemos que há centenas de animais domésticos, nas vilas populares ou não, abandonados em Porto Alegre. Isso é uma realidade que os nossos olhos enxergam todos os dias, e o Poder Público precisa ter uma atitude em relação a isso. E atitude não é sacrificar os animais, atitude não é ver um animal machucado e, simplesmente, achar que isso não tem a ver comigo. Isso tem a ver comigo, sim!

Então nós construímos um Projeto que busca o recolhimento de forma humanizada desses animais, que eles possam ser esterilizados e devolvidos para a sociedade em forma de adoção responsável, de posse responsável. Aí me permitam uma brecha para dizer que esse trabalho só será possível de êxito numa parceria da Prefeitura de Porto Alegre com as organizações não-governamentais, que, aliás, nessa área, e não só nessa área, têm cumprido um papel decisivo que deveria ser do Poder Público.

Vocês, que aqui estão nos assistindo, nesta votação: para vocês não tem hora, não tem madrugada, não tem sábado, não tem domingo, para pegar um telefone, para passar uma mensagem pela Internet, para poder construir uma relação de respeito pelos animais domésticos na caminhada terrena da vida humana.

Então, mais do que o autor deste Projeto, meus queridos Vereadores e Vereadoras, na verdade, eu fui instrumento - instrumento de uma luta que não é pessoal, que não é de uma pessoa, que não é de uma entidade, mas que é de muitas entidades, de muitas pessoas que, de forma coletiva, construíram este Projeto. Já era para ter sido votado na semana passada, mas não foi possível. Pacientemente, hoje as ONGs estão aqui, novamente, acompanhando a votação.

Eu espero que a gente possa aprovar este Projeto, porque ele recebeu boas contribuições. Ele passou por todas as Comissões e recebeu mais do que isso nas Comissões: ele foi construído numa bela parceria, com dezenas de pessoas que defendem uma forma humanizada de relação dos homens com os animais.

Portanto, eu quero agradecer a colaboração de todos os colegas Vereadores, de todas as Vereadoras e também cumprimentar, de forma maiúscula, cada uma e cada um daqueles que têm sido baluarte na luta da defesa dos animais aqui em Porto Alegre. É algo que se defende em Porto Alegre, mas espalha-se pelo Rio Grande, espalha-se pelo mundo. Parabéns, um grande abraço, a luta continua, e haveremos de aprovar o Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pronuncio-me na mesma linha do Ver. Sebastião Melo, eu o substituí na presidência da Comissão de Saúde e tenho prazer de elogiar o seu trabalho, não só como Presidente, mas também pela organização junto com o Secretário Beto Moesch no Fórum dos Animais.

Dra. Márcia, quero dizer que hoje, se a Câmara aprovar este Projeto - e eu tenho certeza absoluta de que o aprovará por unanimidade -, será um dia de festa na Cidade. Essa festa será feita por toda uma sociedade constituída de seres humanos, mas vocês podem ficar certos de que os animais vão ficar sabendo disso de uma outra maneira, de uma maneira alegre, de uma maneira sutil, simbólica; eles vão notar que Porto Alegre está diferente. O olhar do porto-alegrense para os seus animais vai mudar, será um olhar muito menos de compadecimento e muito mais de admiração pelo permanente ensino dos animais, pela permanente sutil forma de educação que eles nos passam, ao imitarmos os seus instintos, a sua natureza e, especialmente, o convívio salutar de todas as espécies animais.

Em relação a este Projeto do Ver. Sebastião Melo e do Ver. Beto Moesch, quero dizer que desejamos - e tenho tido a felicidade de trabalhar no Fórum de Proteção e Bem-Estar dos Animais como o seu mais novo e mais insignificante colaborador - uma Cidade que não execute mais seus animais, que os seus animais não sejam mais vítimas da eutanásia coletiva, apenas por uma questão de limpeza, apenas por uma questão de higiene, apenas por uma questão de contaminação e transmissão de zoonoses, muito menos por essa estética horrível que é a forma estúpida como o ser humano ousa tratar os animais, especialmente os animais que representam sustento, tração, força, energia e alimentação, inclusive para a espécie humana.

Esta lei e esse reconhecimento vêm nos conduzir para uma exigência de políticas públicas voltadas aos princípios defendidos no Fórum, em que os animais, além de indefesos, merecem tratamento, consideração, carinho, inclusive todas as considerações dispensadas ao ser humano. No momento em que amarmos os nossos animais, nós amaremos também o nosso próximo, baniremos deste País os maus-tratos às pessoas, porque estaremos tratando bem os animais, nós vamos valorizar os animais e as pessoas. Essa peteca não vai mais cair, nós não queremos mais, nas emergências dos nossos hospitais, pessoas jogadas dentro de “navios negreiros”, isso nós não aceitamos. E não aceitamos mais que os depósitos públicos maltratem os nossos animais e principalmente façam extermínio em massa. Essa é a grande condecoração que Porto Alegre levará este ano, com esta lei magnífica. E, principalmente, daqui por diante, os nossos animais deixarão de ser concorrentes e passarão a ser nossos queridos irmãos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estamos recebendo aqui uma agenda da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre (Lê.): “Ao finalizarmos mais um ano de atividades, fazemos chegar às mãos de V. Sª um exemplar da Agenda 2006, especialmente confeccionada para os amigos da Aiamu. Atenciosamente, Joarez Tejada Franceschi, Presidente da Aiamu.” Nós agradecemos a agenda.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, cidadãos e cidadãs, há dias, eu fui convidado para uma reunião na Câmara Municipal de Lajeado, e a Prefeitura de lá queria gastar 170 mil reais na construção de um Centro de Zoonoses. Felizmente, em uma noite de segunda-feira chuvosa, eu consegui convencer a Prefeitura de Lajeado, os Vereadores e a comunidade de não gastarem essa fortuna de 170 mil reais para fazer um Centro de Controle de Zoonoses, além dos outros gastos no futuro, mas aplicarem esse dinheiro na esterilização dos animais. Esse é o caminho, essa é a solução para a superpopulação de animais nas nossas cidades.

Eu vou votar favoravelmente o Projeto. Como já disse o Ver. Melo, este é um Projeto que vai além do seu autor, porque é um Projeto que, na verdade, é o clamor daqueles que são os defensores do bem-estar animal, daqueles que protegem os animais. Por isso estamos aqui para discutir, para encaminhar um processo de votação, esperamos que o Projeto receba a unanimidade desta Casa, porque não podemos mais continuar a tolerar essa situação insustentável de animais abandonados, de animais maltratados.

Nós já fizemos, neste ano, uma grande mobilização nacional em torno do episódio da cadelinha “Preta”, de Pelotas, que ficou conhecida no Brasil e no mundo. Tenho certeza de que muitas cidades brasileiras vão nos solicitar este Projeto de Lei, que amanhã já será uma lei aprovada pela Câmara Municipal, a fim de que isso se torne algo a ser construído em cada uma das cidades do Rio Grande do Sul e do Brasil.

Nós achamos que, ao final desta votação, a homenagem, de fato, tem de ser feita para as pessoas que são militantes da área da proteção aos animais, aqueles que militam diuturnamente para buscar soluções para os nossos animais, principalmente os nossos animais abandonados. Hoje, nós conseguimos, em Porto Alegre, depois de quatro ou cinco anos de reuniões, a constituição do Fórum aqui, que muitas vezes é difícil, que muitas vezes tem problemas, e nós sabemos que há muitos problemas a serem enfrentados. Mas devemos unir as nossas forças, daqueles todos que gostam de animais e sabem o quanto eles são importantes. Inclusive aqui eu faço questão de mencionar a importância para a saúde, porque os animais que convivem com os nossos idosos são elementos importantes na luta incessante dessas pessoas contra a solidão, os animais são de fato os companheiros dos seres humanos. Nós muitas vezes vemos os animais jogados nos nossos parques, com grande freqüência; vemos aí a irresponsabilidade das pessoas que colocam os bichos na rua, na porta das protetoras, dentro do Parque da Redenção ou aqui no fundo da Câmara Municipal.

Hoje é um dia luminoso para todos aqueles que buscam a guarda responsável dos animais. Porto Alegre ainda vai viver uma nova era, em que não haverá um Centro de Controle de Zoonoses, haverá, sim, a Vigilância Sanitária para cuidar única e exclusivamente das doenças que os animais, por serem vivos, como uma planta também é, podem transmitir, mas que não haja esses lugares terríveis de sacrifícios dos bichos da nossa Cidade.

Eu tenho certeza, Ver. Melo, de que nós vamos ao final brindar aqui a vitória de uma luta, uma luta incessante. E quero também adiantar: muito em breve festejaremos, sim, o fim das carroças e dos maus-tratos aos animais cavalares na cidade de Porto Alegre. Um dia a civilização há de aportar no Porto, o Porto cada vez mais alegre. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; pessoas que assistem a esta Sessão; Vereadora em primeira gestão, membro da COSMAN e participante ativa do Fórum em Defesa dos Animais: durante muito tempo, acompanhei o abandono, o descaso com os animais na cidade de Porto Alegre. E, assim que assumi como Vereadora, também pude acompanhar o trabalho das ONGs em defesa dos animais, e isso não só me motivou a estar junto nessa luta, como me sensibilizou profundamente.

Quero registrar que o Projeto dos Vereadores Sebastião Melo e Beto Moesch é uma política de Saúde Pública eficaz, que evitará, sem dúvida, uma procriação desordenada, o abandono e trará a diminuição do número de animais nas ruas da nossa Cidade, não-vacinados, abandonados e não-assistidos. Antes de terminar o ano, gostaria de registrar que este foi, sem dúvida, o Projeto mais importante que eu pude acompanhar nesta Casa, Projeto de autoria do Ver. Beto Moesch, hoje Secretário, e do Ver. Sebastião Melo. É com muita honra que me sinto Vereadora nesta Casa, em defesa do povo e também dos animais. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, entidades ambientalistas presentes, prezado público que assiste ao nosso pronunciamento, quero aqui, Ver. Sebastião Melo, me congratular com V. Exª e com o Ver. Beto Moesch pelo Projeto.

Estou chegando da Conferência Nacional do Meio Ambiente, para a qual fui eleito representante do Legislativo do Rio Grande do Sul. Lá, juntamente com 1.500 delegados de todo o Brasil, durante quatro dias, discutimos com muita profundidade a política ambiental brasileira. Inclusive, hoje, às 8 horas, a Conferência ainda não havia se encerrado, num processo contínuo, completando 24 horas de trabalho ininterrupto. Na Conferência Nacional do Meio Ambiente, tive o prazer e a oportunidade de trazer, em primeira mão, o texto básico aprovado. Um dos itens que foi defendido em nível de Brasil, espelhado em Porto Alegre e em muitas outras cidades, é no sentido de que essa política não seja pontual - em uma cidade ou outra cidade -, mas que consigamos fazer com que as políticas ambientais se reproduzam para todo o País, Ver. Sebastião Melo.

Eu vou ler o que foi aprovado, um dos itens das diretrizes aprovado essa noite, inclusive com a nossa defesa, aprovado por unanimidade (Lê.): “Incentivar a política de adoção de animais, criar delegacias para denúncias de maus-tratos aos animais e promover a esterilização controlada dos animais de rua e a humanização dos Centros de Zoonoses, para que os animais não sejam sacrificados.” Essa diretriz, nessa noite, foi aprovada por 1.500 delegados, representando organizações não-governamentais, movimentos sociais e Governos, como uma diretriz a ser aplicada em todo o País.

Nós aqui, neste momento, ao aprovarmos esta lei hoje, estaremos totalmente inseridos nessa discussão nacional, e tenho certeza de que o Projeto será aprovado pela grande maioria.

Há uma outra questão que quero trazer aqui. Eu tive o prazer e a oportunidade, na primeira Administração do Olívio Dutra nesta Capital, de coordenar o Centro Agrícola Demonstrativo, quando lá dirigimos a construção do Centro de Zoonose da Cidade, quero-me referir a isso. Não basta aprovarmos esta lei, se não tivermos também estrutura e fiscalização para que ela possa ser aplicada. Como ambientalista, como Engenheiro Agrônomo, e moro numa região rural de Porto Alegre, com atividade primária, lá na Vila Nova, na Estrada Três Meninas, deparo-me diariamente com sacos de animais sacrificados que são distribuídos ao longo da rua. Portanto precisamos ter uma fiscalização para que a legislação se cumpra, porque hoje o que acontece lá já é crime, e as nossas estruturas municipais e estaduais não estão dando conta do recado. Faço aqui esse alerta para dizer que temos de ter lei, sim, mas, além de leis, temos de ter estrutura para manter e fazer com que elas funcionem.

Portanto, senhores e senhoras, quanto ao Projeto de Lei que institui o Programa de Proteção aos Animais Domésticos e da outras providências, nós precisamos fazer com que a humanização da política ambiental esteja presente em todos os momentos, porque temos que construir a cultura ambiental na sociedade brasileira. Iniciativas como essas qualificam a Cidade, é um grande avanço hoje, mas temos que avançar ainda muito mais, temos que qualificar as estruturas públicas existentes e reproduzirmos esse exemplo da Cidade como diretriz nacional. Que esta atitude seja reproduzida por todas as cidades brasileiras, para que isso seja uma ação que construa a cultura ambiental do nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 091/04.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que está nas nossas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, resolvi falar para fazer uma homenagem a quem trouxe este Projeto à Câmara: o Secretário Beto Moesch e o Ver. Sebastião Melo; gostaria de dar os parabéns pela luta que esses dois enfrentaram. Recordamos o nosso tempo aqui como Diretor-Geral desta Casa, quando tratamos a respeito dos animais que rodeiam esta Casa, e gostaríamos de dizer o quanto admiramos o ex-Presidente José Fortunati e a sua esposa, Regina, pelo carinho que têm pelos animais. Então, aqui vai a nossa homenagem e, em especial, a esse casal que tem em sua casa mais de vinte animais. Queremos saudar o Fórum em Defesa dos Animais, que sempre lutou nesta Câmara Municipal, por intermédio de todos os seus Vereadores, solicitando, pedindo e fazendo as homenagens que são merecidas.

Queria falar aqui para quem está escutando, para quem está prestando atenção, porque quem for ouvir a minha fala posteriormente e não estiver prestando atenção neste assunto poderá dizer que eu sou louco: eu queria fazer uma homenagem à minha cadela, cadela que eu tenho em casa, porque, quando eu lá chegar, eu vou contar esta história para ela. Digo isso porque todas as pessoas que têm animais sabem que chegamos em casa e falamos com os nossos bichos. Então, nós contaremos para a Buba esta história e para o Dinho - nós temos dois cachorros na família, a Buba e o Dinho. Nós somos cinco irmãos, e todos os cinco têm cachorros, todos os cinco têm animais, em especial a Duda, que é a filha do meu irmão, que tem uma gata. Então, nós somos bem ligados aos bichos, aos animais.

Queremos prestar uma homenagem às pessoas de Belém Novo que cuidam dos nossos animais de rua, em especial à Cléia, às pessoas que lá trabalham e administram aqueles problemas que nós temos com os animais lá. (Palmas.) Quero me colocar à disposição, como sempre me coloquei, e dar os parabéns às pessoas que lutaram por este Projeto. Meus parabéns e bastante vida para os nossos animais. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, estamos num momento muito importante de avanços na nossa sociedade. Queria saudar as pessoas que estão conosco hoje vivenciando a votação de muitos Projetos importantes, entre os quais este que estamos, neste momento, discutindo e que, depois, será votado. Queria salientar que os Vereadores que subscreveram este Projeto o fizeram num momento muito importante, porque, cerca de dez anos atrás, não havia essa consciência coletiva de que esses seres maravilhosos - muitos convivem conosco - necessitam, sim, de ajuda, de proteção, de assistência e, principalmente, de humanidade. Há muitas pessoas que não chegaram num nível de consciência ainda no sentido de que é preciso haver humanidade para com os animais. Então, estamos avançando muito! Este Projeto é muito importante, será aprovado com louvor e será um avanço para toda a cidade de Porto Alegre.

Outro dia, lendo um jornal do Rio ou de São Paulo, eu prestava atenção no sentido de que, naquelas cidades, já há Código de Proteção aos Animais, assim como existe o Código de Proteção ao Consumidor, que agora completou quinze anos, e foi um avanço, também há o Código de Proteção ao Idoso, enfim, estamos vivenciando novos momentos de avanços na nossa sociedade. E este Projeto daqui a um pouco será aprovado, e, sem dúvida, isso vai ser uma alavancagem para, futuramente, Porto Alegre ter um Código Municipal de Proteção aos Animais, como o tem o Rio e São Paulo. Mas nada obsta, importantíssimo é que sigamos em frente por meio de avanços parciais como este, que, dentro em breve, estaremos votando.

Existe um Projeto na Casa, há mais de dois anos, de nossa autoria, em que abordamos o problema de proteção aos cavalos em relação às carroças. Outro dia, na Comissão de Justiça, nós discutimos esse Projeto de minha autoria. Ali, nesse Projeto, nós colocamos, inclusive, avanços no sentido de que os cavalos tenham, nos fins de semana, o seu repouso. Aquilo que, no primeiro momento, pode parecer hilário é muito sério e é de alta proteção a esses animais. Eu já tive que parar o meu automóvel na rua, para brecar, para impedir que um cidadão persistisse em surrar um cavalo magro, com os ossos aparecendo, que não tinha mais força para prosseguir. Então, há que se ter essa consciência.

E o que nós colocamos ali? Colocamos nesse Projeto que é absolutamente proibido que o peso da carroça, contando com seus tripulantes, seja maior que o peso do cavalo; de maneira nenhuma isso pode acontecer. Esses animais precisam descansar nos finais de semana, porque eles trabalham durante a semana toda, principalmente puxando essas carroças que levam, inclusive, para as ilhas, lixo e pesos muito maiores do que eles podem suportar. Mas avançamos nesse Projeto no sentido de que é preciso haver, no fim do ano, uma fiscalização, um levantamento de quantas carroças há, de quantos animais eqüinos estão envolvidos nessa atividade, para que os veterinários os examinem e verifiquem as suas condições físicas, a fim de que possam prosseguir na sua faina, que é relevante, sim, do ponto de vista social, pois essas pessoas necessitam das carroças para sobreviver, mas às vezes elas não têm a noção de que até a sua sobrevivência depende daquele animal e de que aquele animal precisa também ser protegido. E é isso que nós estamos prevendo nesse nosso Projeto de Lei, no que tange especificamente às carroças e aos animais eqüinos.

No que tange aos animais domésticos, este Processo agora está em discussão, e, dentro em breve, o veremos aprovado. Gostaríamos de saudar a iniciativa dos Vereadores Beto Moesch e Sebastião Melo, que também nesse particular estão permitindo que avancemos na proteção aos animais domésticos. Questões como religiosidade e ritos religiosos nós vamos ressalvar por meio de uma Emenda, porque evidentemente não dizem respeito aos aspectos que este Projeto abrange.

O importante a ressaltar - e eu vim à tribuna para isso - é que inúmeros Vereadores tomam iniciativas como esta, agora, de dois Vereadores; outros tomam iniciativas em outros aspectos, mas a Casa, em seu todo, conforme se viu agora, aqui, por intermédio do pronunciamento de vários Vereadores, mostra o mais importante: a presença aqui de pessoas que estão na vanguarda da proteção aos animais e que vieram conviver conosco nesta tarde, mas também e principalmente a consciência dos que votarão essa lei, os 36 Vereadores que estão pari passu com a consciência evolutiva da proteção dos animais. Saúdo toda a Casa nessa evolução, estamos realmente avançando em todos os setores, e, nesse importantíssimo, não poderíamos ficar para trás. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e todas as pessoas que nos prestigiam nesta Casa, neste momento muito importante, quero cumprimentar com muita sinceridade o Ver. Sebastião Melo pela propriedade, pela universalidade e pela sugestão desta lei. Aprendemos com o Frei Leonardo Boff que a garantia do futuro do planeta Terra está intimamente ligada ao respeito e à proteção do meio ambiente, ao respeito e à proteção aos animais e ao respeito e à proteção das pessoas, ou seja, de todos os seres vivos que habitam o planeta Terra.

A Cidade, não apenas Porto Alegre, mas qualquer cidade, é um objeto cultural em movimento, é um objeto cultural que se processa - eu tenho a certeza de que é a luta de todas as pessoas - pelo aperfeiçoamento, deve ter como norte o aperfeiçoamento das relações entre os seres vivos para que o mundo se transforme, para que o mundo seja muito melhor; nem tudo aquilo que é cultural é justo, nem tudo aquilo que é costume é justo. Eu, que defendo a identidade cultural dos povos, sou absolutamente contra a farra do boi em Santa Catarina, por exemplo, e esse é o significado também da lei do Ver. Sebastião Melo. Embora o nosso Governo da Administração tenha trabalhado com muita seriedade em relação aos carroceiros - porque isso também é um problema social, e eles precisam sobreviver -, nós não conseguimos resolver essa questão, e isso é uma autocrítica. No nosso dia-a-dia vemos os cavalos sendo torturados, sendo vítimas da fome, da violência e do abandono; isso não é mais possível na cidade de Porto Alegre.

Eu tenho uma pequena contribuição em relação a essa questão e já protocolei um Projeto de Lei que proíbe a exposição dos bichinhos nas vitrines das lojas que vendem animais, porque, além de ficarem muito estressados, eles ficam sem condições de higiene, sem condições de saúde, inclusive de sobrevivência, às vezes as pessoas compram e querem dar um bichinho a alguém de presente, e o bichinho já chega doente, com muitos problemas. Essa lei está em tramitação; talvez, no próximo ano ,a gente consiga votá-la.

Então, pela proteção aos animais, pela sobrevivência do Planeta Terra, quero dar um abraço afetuoso e muito sincero no Ver. Sebastião Melo e agradecer a presença de todas as pessoas que estão nesta Casa desde as 14h e que vieram antes, vieram outros dias solidarizar-se com este Projeto. Não é uma pressão, não é um lóbi, é uma maneira de dizer que estamos juntos, nós não queremos mais ver o sofrimento dos animais na nossa Cidade. Muito obrigada. Parabéns, Ver. Sebastião, eu tenho certeza de que seremos vitoriosos hoje. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores que se encontram na Casa, quero parabenizar as organizações que se preocupam com os animais: Bicho de Rua, Luz Animal, Gatos e Amigos, Pró-Animal, Vida Nova, Vida aos Animais, Eu gosto de Bicho - é interessante como os nomes dessas organizações são bem sugestivos -, Duas Mãos, Quatro Patas; Amigos dos Animais e Protetores Solidários.

Eu venho a esta tribuna para repartir com os senhores uma reflexão que faço a respeito deste Projeto.

Primeiro, quero parabenizar o Secretário Beto Moesch e o Ver. Sebastião Melo por este Projeto de Lei que institui o Programa de Proteção aos Animais, como também a questão da castração, vejo o Projeto como uma forma de conter e disciplinar o crescimento desordenado da população animal.

Antes, porém, quero dizer que ouvi outro dia alguém dizendo que quem não gosta de bicho boa gente não deve ser. Eu penso que, se você não tem tempo de cuidar de um animal, é uma coisa; você não ter condições de cuidar de um animal é diferente de você não gostar de um animal. Você pode não cuidar por não ter condições, ser impossibilitado de cuidar de um bichinho, mas não gostar de bichos, como a gente de vez em quando ou com uma certa freqüência, nas andanças da vida, ouve de pessoas, não só ouve como vemos pessoas maltratando os animais, judiando dos bichinhos... Como, por exemplo, aqueles estudantes, em Pelotas, que amarraram a cachorrinha Preta no pára-choque por uma corda e a arrastaram até abrir o ventre, despedaçando-a com os bebezinhos ainda na barriguinha. Na ocasião, eu fiz uma Moção contra aquele ato e tive o apoio de todos os Vereadores, porque nós precisamos incrementar mais as políticas de proteção aos animais.

Este Projeto é um Projeto inteligente, porque um cãozinho, um gatinho, quando é abandonado, sofre, ele fica assustado, apavorado; a gente encontra, muitas vezes, esse bichinho assustado tentando entrar em algum terreno, pedindo - quem sabe, na cabecinha dele, se a gente pudesse traduzir como a da mente humana - pelo amor de Deus que alguém o adote, porque o bichinho passa forme, passa frio, ele fica assustado. Então, quero parabenizar as organizações que aqui estão e dizer que este Vereador dá todo o apoio e acredito que a nossa Bancada também.

Como teólogo, eu não consigo ver diferença de um ser humano sendo tratado num hospital, recebendo todo o amor, todo o cuidado, de um animal sendo maltratado só porque é um animal. Eu penso que, do ponto de vista de um teólogo, tanto Deus se alegra por atitudes de bondade, atitudes solidárias para com o ser humano, como também para com os animais, porque os animais fazem parte da vida. Nós necessitamos dos animais, os bichinhos nos ensinam muitas lições.

Então, o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Beto Moesch estão de parabéns, as organizações aqui representadas estão de parabéns! Que Deus os abençoe, porque todas as pessoas que têm uma sensibilidade com os animais são pessoas especiais, não são diferentes de médicos, de assistentes sociais, pessoas que trabalham na área humana. Quando um ser humano tem sensibilidade e vê um cãozinho sarnento, com escabiose, abandonado, essa pessoa se preocupa, leva aquele bichinho, cuida dele, essa é uma atitude de bondade, de amor, de misericórdia, de solidariedade. E tenho certeza de que não é diferente aos olhos de Deus com relação àquele que cuida de um doente, de um ser humano.

Então, meus parabéns, vocês têm o nosso apoio, e que este Projeto venha a colaborar com a Saúde Pública, porque, quanto mais animais, de uma forma desordenada, na população desta Cidade, mais fezes, mais doenças há. Cuidar disso é Saúde Pública. Então, nós estamos tratando aqui não só dos animais, mas também dos seres humanos, quando estamos cuidando dos nossos bichinhos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente, quero parabenizar o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Beto Moesch por esta iniciativa, parabenizo também as ONGs aqui presentes, bem como aquelas que, de forma sistemática, todos os dias, ao abrir os nossos e-mails, lá estão estampadas com a sua insistência.

Quero também dizer que, no mês de maio, quando fui escolhido para ser o Relator do Projeto, coloquei, na oportunidade, a preocupação de o Projeto ser inconstitucional. Fizemos, então, uma Emenda, a de nº 01, em que ficou estabelecido o seguinte (Lê.): “Fica o Poder Executivo autorizado a implantar o Programa de Proteção aos Animais Domésticos no Município de Porto Alegre, com a finalidade de estimular a posse responsável para evitar a procriação desordenada e o sacrifício de animais domésticos”. E a Justificativa desta nossa Emenda foi para retirar a ilegalidade do Projeto. E esperamos que esta Emenda seja aprovada.

Também quero dizer que, a cada dia, está provado que nós temos de trabalhar em cima dessa relação homem/animal. Está tramitando aqui na Casa um Projeto de minha autoria - e eu estou discutindo essa matéria com as escolas infantis no Município de Porto Alegre - que prevê a possibilidade de as escolas infantis terem, nos seus espaços, animais domésticos. Isso se denomina minizoológico. Há seis meses, nós tivemos um problema sério com uma creche. Eu já contei essa história em uma outra oportunidade, mas vou contá-la novamente. A creche tinha um casal de codornas, uma tartaruga, um galo chamado Frederico, mas não pôde mais continuar com esses animais, em função da legislação pertinente do Município. Nós fizemos um contato com o Secretário Municipal de Educação, com a Vigilância Sanitária, e chegamos a um acordo. Então, desde maio, há um Projeto tramitando nesta Casa para que as crianças tenham acesso ao contato com os animais.

Por incrível que pareça, há muitas crianças que conhecem uma galinha apenas por freqüentar o supermercado, pois não tiveram contato com esse animal. Quando a gente fala isso, alguns até começam a rir, mas essa é uma realidade presente, em que, cada vez mais, as pessoas ficam distantes dos animais. E está provado que, através do contato com os animais, através dessa interação homem/animal, as pessoas tornam-se sensíveis em relação ao trato dos animais, esse convívio faz bem ao homem. Então, a nossa intenção é que, desde a mais tenra idade, as pessoas possam cultivar esse amor pelo animal, eu tenho certeza de que eles serão adultos melhores, adultos bem resolvidos e terão muito mais oportunidade de interação com o seu semelhante.

Nós também endossamos uma Emenda que foi feita de forma coletiva por alguns Vereadores, e este Vereador foi signatário dessa Emenda. Ela prevê o respeito em relação aos credos religiosos ligados à religião africana. Esse é um direito legítimo. A própria Constituição do Brasil prevê o culto religioso e a sua liberdade. Então, eu acho que, com todas essas matizes, este Projeto tem tudo para ser aprovado. E é isso que esperamos, pois, cada vez mais, o ser humano tem de aprender que essa interação homem/animal significa a relação do homem com o meio ambiente e, principalmente, a questão da docilidade do homem em relação a ele mesmo e aos seus semelhantes. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público aqui presente, em especial as ONGs que têm, definitivamente, feito um trabalho em prol das questões ambientais e em prol dos seres vivos na nossa Cidade, um trabalho digno, reconhecido por toda a sociedade. Ver. Sebastião Melo, eu quero aqui, de plano, o parabenizar, bem como o Vereador, agora Secretário Beto Moesch, por esse excelente Projeto. E quero dizer que o CAD, que fica situado lá na Lomba do Pinheiro, bairro onde eu moro, tem feito um trabalho fundamental. Mas todos nós sabemos também que, se a sociedade não estiver organizada, imbuída nessa relação, nós não vamos conseguir, de fato, fazer com que ela compreenda que os seres humanos e os seres vivos têm o mesmo critério e, portanto, têm que ter todo o nosso respeito. Assim como nós respeitamos as minorias, a livre expressão religiosa, ética, enfim, nós também sabemos o quanto esse trabalho desenvolvido pela sociedade civil organizada significa e repercute.

Este Projeto é um Projeto sério, senão um dos melhores e maiores Projetos que esta Casa está aprovando hoje. Portanto, a Bancada do PSB, na pessoa desta Vereadora, vota favoravelmente, louvando seus organizadores. E votarei também na Emenda nº 01, do Ver. Raul Carrion. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público presente, eu me inscrevi para fazer um registro também, porque tenho preocupação com a Cidade. Principalmente me preocupa a grande quantidade de animais soltos, abandonados; isso se constitui em um problema de Saúde Pública. Os animais são disseminadores de zoonoses, de doenças, se não tiverem os cuidados adequados, o devido tratamento, carinho, medicação e alimentação adequada. Então é em boa hora que vem este Projeto, que tem de ter efetividade também por parte do Executivo, que deverá implementá-lo de forma que, com os esforços somados junto às instituições, se consiga avançar o máximo na esterilização dos animais, prevenindo a superpopulação descontrolada e os animais abandonados. É muito comum as pessoas protegerem os animais, mas não dispensarem cuidados aos animais que estão doentes, deficientes ou com idade avançada. Isso é muito ruim, porque cria problemas muito sérios de Saúde Pública. Portanto essa questão do tratamento adequado, do cuidado ao animal, é também fundamentalmente uma questão de Saúde Pública.

Eu tenho a opinião também de que quem deseja ter animais em casa tem que ter esses animais bem tratados, bem cuidados, dispensando aquilo que as normas técnicas exigem e aquilo que sentimentalmente orienta os procedimentos que se deva ter com os animais. Acho que é uma questão importante, nós temos muitos e muitos animais em condições precárias, abandonados, doentes, e isso pode contaminar, pode degradar muito o meio ambiente. É muito comum, em determinadas localidades, a gente ver de forma gritante, de forma pronunciada, de forma muito explícita o descuido, o abandono, esses problemas todos ligados à falta dos cuidados necessários.

De outro lado, quero expressar a minha convicção também, o apoio, o respeito à liberdade religiosa, àqueles que precisam utilizar os animais em atos e rituais religiosos, assim como nós apoiamos nesta semana o Projeto do Ver. Elias Vidal que prevê o respeito a sua religião, no sentido de que aos sábados não se pode fazer concursos públicos na cidade de Porto Alegre, esse Projeto foi aprovado por esta Câmara. As demais religiões também devem ser respeitadas, porque isso diz respeito à cultura, às práticas e às tradições que têm em vista também valores específicos, os valores de cada um. E nós apresentamos a Emenda ressalvando a possibilidade e o direito do uso do sacrifício dos animais nos rituais religiosos, porque a gente sabe da importância e da força que isso tem aqui na cidade de Porto Alegre, no nosso Estado, porque é uma prática que deve ser tratada como legítima, como força, tradição e cultura do nosso povo, muito, muito forte, principalmente aqui na cidade de Porto Alegre. Por isso eu apóio; a Emenda é adequada e está resguardado o direito do uso dos animais para as práticas religiosas. É isso que é importante registrar aqui. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, público maravilhoso que nos assiste e nos acompanha na Sessão de hoje, também não poderia deixar, neste momento, de usar a palavra para engrandecer o nosso Parlamento. Acho que estamos todos de parabéns, porque estamos buscando, desde a manhã, pontos comuns que são muito importantes para o desenvolvimento da nossa comunidade, porque é na apresentação dos Projetos, nas discussões, nas diferenças, nas trocas de idéias que nós conseguimos compor as grandes idéias e os grandes Projetos. Acho que isso estamos conseguindo agora, também. Então, fico muito feliz, porque a cidade de Porto Alegre, com certeza, está um pouco mais alegre neste momento. Meu muito obrigado pela atenção dos senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLL nº 091/04.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, comunidades aqui presentes, representantes da religiosidade afro-brasileira presentes, também nós vamos fazer um debate rápido no tempo da discussão, porque a nossa Líder, a Verª Manuela d'Ávila, fará o encaminhamento em nome do PCdoB. Mas nós não poderíamos, neste momento em que se discute um Projeto tão meritório de lavra do Ver. Sebastião Melo e do Ver. Beto Moesch, deixar de dizer que entendemos, da mesma forma com que a Constituição determina o cuidado e a não-crueldade com os animais, da necessidade de tratar dessa questão dos animais domésticos, principalmente cães e gatos. Eles, muitas vezes, são abandonados e procriam numa velocidade - eu até diria - não-natural, porque, ecologicamente, nas cidades e na sociedade humana não existe o mesmo ambiente natural que levaria a um certo equilíbrio das espécies, e há, então, uma multiplicação maior dessas espécies domésticas. Portanto, há necessidade de que este Projeto seja tratado como uma questão pública, uma questão de cuidado da sociedade e para que os animais - devemos lembrar que todos nós somos animais racionais - não sejam simplesmente eliminados, sacrificados por estarem vagando nas nossas cidades. Então, parece-me que o programa, a proposta de um trabalho científico, de um trabalho planejado que vá desde a adoção, passando pela esterilização, por locais para cuidados de animais maltratados, é um Projeto correto, justo.

Temos a Emenda nº 03, feita por quase vinte Vereadores, praticamente de todos os Partidos - PCdoB, PT, PSB, PDT, PPS, PMDB, PFL, em suma, posso ter esquecido algum Partido -, que busca corrigir algum defeito existente no Projeto, defeito que possa levar a impedir a liberdade religiosa.

Isso posto - depois a nossa Vereadora encaminhará pela Bancada, no processo de votação -, nós queremos dizer do nosso apoio, da nossa concordância com o espírito e o objetivo maior deste Projeto, que é a proteção e o trato digno aos animais domésticos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL nº 091/04. A Verª Manuela d'Ávila está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 091/04.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todos vocês que estão nos assistindo hoje aqui, que sistematicamente compareceram às nossas Sessões até este Projeto ser votado: o Ver. Sebastião Melo e o Ver. Beto Moesch tiveram a sensibilidade de trabalhar com uma questão que, sem sombra de dúvida, mobiliza a todos e a cada um de nós.

Eu tive a possibilidade, há um mês, de conhecer o estudante da Universidade Federal de Pelotas, do curso de Engenharia Agrícola, que matou, de maneira cruel, a cadelinha que ficou conhecida como Preta, e, por umas das coincidências da vida, ele é aluno do meu pai nesse curso na Universidade Federal de Pelotas. Acho que mesmo pessoas que cometem atrocidades, como a que esse jovem fez - e se arrependeu, fez a sua autocrítica depois -, conseguem, se nós, coletivamente, trabalharmos essa questão, se sensibilizar para a causa dos nossos animais, que são maltratados, que são mortos, que têm as suas vidas retiradas das mais cruéis formas da nossa sociedade nos dias de hoje.

Portanto, é impossível que a nossa Bancada do PCdoB, que as Bancadas que têm a sensibilidade mais aguçada, que se preocupam para além da questão de Saúde Pública, não se sensibilizassem. Porque essa é uma questão, Ver. Sebenelo, de Saúde Pública também, e as Bancadas que se preocupam com a questão do humanismo, com todos os aspectos de todos os seres vivos da nossa sociedade... Seria impossível que essas Bancadas não se sensibilizassem.

Agora, como o centro dessa discussão é a esterilização, é a adoção desses animais que são maltratados, que são mortos, que têm, enfim, as suas vidas retiradas, a nossa Bancada também entendeu que era necessário ser apresentada uma Emenda que retirasse o debate da religiosidade e das cerimônias religiosas. Porque esse não é o centro da discussão que hoje estamos fazendo aqui, e nós não poderíamos cair numa cilada dessa natureza.

Recentemente, na segunda-feira, se não me engano, nós aprovamos um Projeto que proíbe a Prefeitura Municipal de realizar os seus concursos públicos aos sábados, porque esse é o dia sagrado para os adventistas. Eu não compreendo, não sou adventista, e não compreendo a necessidade de não haver concursos públicos nos sábados. Entretanto, a nossa Bancada, por defender a liberdade religiosa, compreendeu que era importante, porque uma parcela da população, por menor que seja, confessa essa fé e deve ser respeitada. Da mesma maneira, esses Vereadores que defenderam a liberdade de culto religioso aos sábados para os adventistas devem compreender a necessidade de respeito a um segmento que sofre, muitas vezes, o preconceito não apenas por ter nas suas cerimônias religiosas essas práticas, mas por ter origem afro-brasileira, segmento que ainda sofre muito com o preconceito no nosso País. Nós defendemos os animais, nós queremos que esses animais tenham os seus direitos - vamos colocar entre aspas - garantidos, mas nós também defendemos que, acima de qualquer coisa, está a liberdade da nossa população de ter as mais diferentes fés, respeitando essa composição fantástica que é típica do nosso povo e do povo brasileiro.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLL nº 091/04, com ressalva das Emendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 33 votos SIM. (Palmas.)

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 091/04, com ressalva do Destaque. Se aprovada, prejudica a segunda parte da Emenda nº 03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA. Está aprovada com ressalva, evidentemente, do Destaque. Está prejudicada, portanto, a segunda parte da Emenda nº 03.

Há um Destaque à 7ª parte da Emenda nº 02 ao PLL nº 091/04. “Sim” aprova o texto, mantendo-o na Emenda; “não” rejeita o texto, retirando-o da Emenda.

Em votação o Destaque à 7ª parte da Emenda nº 02 ao PLL nº 091/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO. Está retirado.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Adeli Sell, a Subemenda nº 01 à Emenda nº 02 ao PLL nº 091/04. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 21 votos SIM, 06 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 091/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Faço uma observação: a Emenda nº 01 ao PLL 091/04 está prejudicada, deixando de constar, nos termos do art. 56 do Regimento, portanto atendida as excepcionalidades.

Apregôo a Subemenda nº 01, de autoria da Verª Manuela D’Avila e do Ver. Raul Carrion, à Emenda nº 04 ao PLCL nº 020/05.

Apregôo o Projeto de Resolução n° 157/05, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei Municipal nº 5.811/86, sistema classificado de cargos e funções da Câmara Municipal. Extingue uma Função Gratificada do Gabinete de Estudos Legislativos e cria uma Função Gratificada de Assessor da Procuradoria-Geral, bem como dá outras providências.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

2º SESSÃO

 

PROC. N. 2166/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 007/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a redação do parágrafo único do art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, que veda a prática de nepotismo em todos os níveis da Administração Pública Municipal. Com Substitutivo n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e ao Substitutivo n. 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo n. 01;

 - da CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e rejeição do Substitutivo n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto e rejeição do Substitutivo n. 01. (empatado)

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 12-12-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PELO nº 007/05 com Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Damos por discutido. (Pausa.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5455/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 005/05, que acrescenta o § 3º ao art. 68 da Lei Complementar n. 133, de 31 de dezembro de 1985, alterado pela Lei Complementar n. 407, de 05 de janeiro de 1998, e dá outras providências. (exercício de FG por funcionário de outra esfera, cedido com ônus para a origem) Com Mensagem Retificativa. Com Emendas nos. 01 e 02 à Mensagem Retificativa.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Mensagem Retificativa.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 28-11-05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da discussão do PLCE nº 005/05 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Há um Requerimento solicitando adiamento de discussão. (Pausa.) Faremos uma votação simbólica do Requerimento, melhor dizendo, votação nominal.

Em votação nominal o Requerimento de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que solicita o adiamento da discussão do PLCL nº 020/05 por duas Sessões. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 12 votos SIM e 18 votos NÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2655/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 020/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que altera a Lei Complementar n. 415, de 7 de abril de 1998, que dispõe sobre a permissão de uso de recuo e do passeio público fronteiro a bares, restaurantes, lanchonetes e assemelhados para colocação de toldos, mesas e cadeiras, mediante a inclusão do inciso III no art. 1º da referida lei, dispondo sobre o horário permitido a bares e similares localizados em zonas miscigenadas. Com Emendas nos. 01, 04 e 05.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto, e pela existência de óbice de natureza jurídica às Emendas nos. 01, 04 e 05.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- adiada a discussão por três Sessões, em 04/08/05;

- retiradas as Emendas nos. 02 e 03;

- reincluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 07-12-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão PLCL nº 020/05. (Pausa.) O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há bastante tempo havia tomado uma posição, posição pública, de que não concordo com essa intervenção, acho que hoje está muito claro como funciona em Porto Alegre - até à meia noite. Entendemos que assim deva continuar, apenas deve haver uma fiscalização mais efetiva em cima disso. (Palmas.)

Está falando alguém que em 1998 foi autor da lei que dimensionou um metro e meio dos bares na calçada; alguém que concordou que se colocassem mesas nas calçadas, mas que procurou disciplinar um metro e meio. Agora, o que não pode é aquelas pessoas que moram nas suas habitações não poderem dormir, pessoas que, no outro dia, têm de trabalhar. Alguns me questionaram: “Ver. Professor Garcia, se for até às duas horas, se no meu serviço eu pego às 8 horas, poderei entrar às 10 horas?” Lógico que não! Lógico que não! Então, na realidade, em nenhum momento estamos contra a questão dos bares. Nós queremos o quê? Um convívio civilizado, um convívio no qual os moradores possam ter o seu direito de dormir, e aqueles que têm mesas na rua, após a meia noite, possam ter as suas atividades dentro dos bares.

Então, de maneira clara, vamos insistir: nós queríamos que este Projeto não fosse votado, porque o Vereador tinha que ter retirado desde o início, não o fez, e hoje nós temos que unir esforços para derrotar, para que fique a atual situação. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, eu vou tratar esse tema com a mesma sinceridade com que tenho tratado um conjunto de questões nesta Casa. Já disse em outras vezes que esse debate está atravessado; está atravessado porque, na verdade, com toda a sinceridade... Eu tenho dialogado com o Executivo, com a Bancada de situação, com as comunidades, com os empreendedores da Cidade. Temos Secretários, aqui, que estão discutindo, inclusive, Emendas que estamos fazendo a um Projeto nosso; está aqui o Secretário Cecchin, temos dialogado sobre a questão do Centro Popular de Compras. Agora, a questão dos bares - e eu penso que o Executivo deveria ter assumido a linha de frente dessa questão, porque existe uma legislação - tem de ser trabalhada, tem de ser articulada com as comunidades, tem de ser articulada com os empreendedores. Eu acho que, nesse ponto, o Executivo erra. O Ver. Brasinha assume este Projeto de Lei, e, na minha opinião, se houvesse necessidade de mudanças, essas deveriam partir do Executivo, porque nós, Vereadores, temos essencialmente o papel da fiscalização. Então, eu acho que esta é uma discussão atravessada, porque nós temos que discutir...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Adeli, eu vou suspender a Sessão por um minuto e asseguro o tempo a Vossa Excelência.

Eu solicitaria que o cidadão que está com uma faixa dentro do plenário se digne a deixar o recinto! (Pausa.) Eu solicito que o cidadão que está com uma faixa se digne a deixar o plenário! Eu solicito isso ao cidadão...

 

(Manifestação anti-regimental.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há um Regimento na Casa no sentido de que não é privativo de ninguém, aqui...! É da Casa...! Como a Presidência vai permitir que o cidadão esteja aqui, com uma faixa, no plenário?!

Ver. Adeli Sell, eu lhe devolvo o seu tempo.

 

O SR. ADELI SELL: Eu quero, portanto, insistir que nós temos que colaborar com um grupo de trabalho de várias Secretarias que façam visitas aos estabelecimentos nos horários em que esses estão abertos, isso significa à noite. Isso é trabalhoso, isso é complicado, mas eu já disse, de outra feita aqui, que há estabelecimentos que funcionam a noite inteira, e não há barulho, não há problema, existe vedação de som. Hoje à tarde eu recebi aqui um pessoal do bairro Rio Branco. O que está acontecendo? Um local que o Secretário Cecchin inclusive sabe, ele já interditou esse local, e o que aconteceu? O sujeito foi lá e reabriu...! Portanto, é um caso de Polícia.

Na Cidade Baixa, os senhores que são empreendedores sabem que o problema está localizado em menos de meia dúzia de locais, e, portanto, devem ser contra esses estabelecimentos, para os quais nós temos que pedir uma ação concreta da municipalidade. Onde está a EPTC?! Agem como se tudo girasse em torno do alvará! Isso não é verdade. Eu tive problemas na minha gestão porque tudo parecia ser uma questão de alvará ou de ação da SMIC! Onde está a ação da SMAM?! O Secretário Beto Moesch aqui sempre fez discursos acerca do meio ambiente, e eu quero cobrar do Secretário Beto Moesch uma atuação rigorosa na questão das casas noturnas! Eu tenho conversado com vários Secretários, e, quando se trata da questão de casa noturna, o Secretário Beto Moesch não responde; responde a outras questões, mas sobre isso, não. Então, não podemos deixar a responsabilidade apenas sobre uma Secretaria - não é porque esteja aqui presente o nobre Secretário... O Secretário sabe que eu jogo limpo e digo o que tem de ser dito.

Portanto, nós estamos cometendo um equívoco, nós não deveríamos ter este Projeto com origem no Legislativo, e já falei isso para o Ver. Brasinha. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e demais presentes, este Projeto é um tanto complexo, e dá para se ver, nesta tarde, o quanto o assunto é polêmico. Tenho externado desde o início dessa discussão a minha posição em relação a este Projeto que prevê a dilatação do tempo, em relação aos horários de finais de semana, no uso de mesas e cadeiras nas calçadas. Falei por diversas vezes com o Ver. Brasinha sobre a posição que tenho em relação a este Projeto, e ele sabe a minha posição desde quando eu estava no PTB.

Este Projeto poderia ser analisado por dois ângulos: um é com relação à questão do impacto ambiental, impacto sobre a vizinhança, impacto sobre o sono, sobre a Saúde Pública, mas eu não venho falar tanto a respeito desse ângulo. Eu venho me pronunciar a respeito - eu respeito totalmente o Ver. Brasinha, a quem admiro muito, mas essa é uma questão de convicção - das pesquisas, que têm mostrado que o consumo de álcool tem crescido. Há aqui uma reportagem recente que diz que o consumo de álcool cresceu 70% em 35 anos. Vários Vereadores que me antecederam na tribuna, hoje, falaram muito sobre violência, sobre crime, sobre homicídios, sobre perdas de vidas! E este Vereador é fundador de uma instituição, o Projeto Vida e Saúde, que atua na recuperação de jovens envolvidos com drogas. Essa instituição é procurada por pais, por filhos, por pessoas que se perderam na vida por causa do álcool, pessoas que se tornaram etílicas e que procuram tratamento!

Então, não há como não vir a esta tribuna e fazer aqui uma manifestação, porque este Projeto que pede a dilatação vai estender, vai abrir, vai alargar mais a porta para o consumo de bebida alcoólica, além de outras drogas que se sabe. Então, senhores - vocês conhecem muito bem a história deste Vereador, que já levou um tiro numa situação de violência -, sabe-se que, pelo consumo de álcool, muitas mortes estão acontecendo na nossa Capital, resultam da violência, quer seja no trânsito ou em qualquer outra situação, de jovens alcoolizados.

Inclusive, uma das últimas reportagens do jornal Zero Hora diz: “Motorista escapa de exame etílico”, quer dizer, o bafo da morte, o bafo etílico. Aí ele disse: “Bebi, mas não estava bêbado.” Matou três pessoas e diz que não estava bêbado! Então, senhores, todos nós sabemos que a nossa garotada, a nossa juventude, os nossos adolescentes, estão morrendo, estão sendo sugados pelo esgoto da bebida alcoólica. Não venho tanto pelo impacto na questão do sono, que já discuti em outro dia, venho mais pela relação ao consumo da bebida alcoólica, pois Porto Alegre está consumindo bebida alcoólica demais, estamos facilitando a vida de nossa garotada, de nossos filhos, de nossos adolescentes, de nossas crianças, pois está aumentando o número de jovens em coma alcoólica em nossos hospitais, no nosso Pronto Socorro.

Este Vereador vem a esta tribuna para dizer que respeita a posição do Ver. Brasinha, ele sabe, desde o princípio, da minha posição. Inclusive eu disse ao Vereador que eu não poderia trilhar com ele; essa eu fico devendo, não tenho como andar com ele porque tenho um pacto contra a bebida alcoólica, contra a droga. Essa é a posição deste Vereador, e eu respeito a posição dos outros Vereadores.

Os nossos bares estão facilitando o consumo! Um comerciante não poderia vender bebida alcoólica para uma pessoa alcoolizada, bêbada, tonta. Segundo a Fundação Tiago Gonzaga, nos testes que fazem, muitos são reprovados, não têm mais condições de dirigir, mas continuam consumindo a bebida alcoólica e retornando a seus lares alcoolizados, muitas vezes matando outras pessoas ou se matando. E o pai que está em casa fica com o coração na mão: “Será que meu filho ou minha filha vai chegar em casa?” Quantos pais têm que ir ao Instituto Médico Legal para reconhecer o corpo do seu filho, que foi atropelado, ou que estava dentro de um carro, cujo motorista estava alcoolizado e provocou um acidente?

Então, senhores, o voto deste Vereador é no sentido de que não se estenda, não se alargue mais a porta, essa porta que ajuda no consumo e na venda da bebida alcoólica. Essa é a posição deste Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregôo Emenda nº 01 ao PLL nº 282/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini (Lê.): “Dá nova redação ao art. 1º do PLL nº 282/05, que altera a redação do § 3º da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, com a seguinte redação: Art. 3º - [...] § 3º - O prazo de duração para a exploração da concessão e permissão será de 10 (dez) anos, prorrogáveis por mais 05 (cinco), estabelecido no respectivo edital de concordância”.

Apregôo Requerimento de autoria da Ver. Manuela d’Avila, solicitando votação em destaque da Emenda nº 04 ao PLCL nº 020/05 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 04 ao PLCL nº 020/05.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vou proceder à verificação de quórum, mantendo a inscrição do Ver. João Antonio Dib, que já está na tribuna; após, está inscrito o Ver. Comassetto, e, logo em seguida, procedo à verificação de quórum.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Que seja nominal.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando o Ver. Alceu Brasinha apresentou o seu Projeto de Lei, eu o cumprimentei dizendo que ele abriria possibilidade para que esta Casa discutisse amplamente essa matéria que aflige tanta gente em Porto Alegre. Chegamos, a nossa Bancada, a fazer Emendas vinculando ao Plano Diretor. Mas, quando nós vimos outras Emendas que se apresentaram, entendemos que não devíamos apresentar e não as apresentamos.

Agora, a experiência é algo que precisa ser respeitada, eu não sei se todos os meus nobres Pares lêem os jornais de São Paulo, do Rio de Janeiro, sobre o que está acontecendo com os bares; não com as mesas na calçada, mas com os bares que estão sendo fechados às 22 horas em alguns lugares na capital de São Paulo, às 23 horas em Diadema, e aqui, com a tolerância do Decreto do ex-Prefeito, os bares estão sendo autorizados a ficar abertos até a meia-noite.

Os interessados de colocarem mesas nas calçadas deveriam pedir que o Projeto fosse rejeitado, que fosse retirado, que ele não voltasse mais a debate, sob pena e risco de, não podendo desprezar a inteligência da população, as pessoas se unirem e fazerem a mesma coisa que aconteceu em São Paulo e que está acontecendo no Brasil. (Palmas.) Não só em Porto Alegre há esse problema, os problemas são estatisticamente apresentados: ocorre em torno de 150 metros dos bares. Não importa se as mesas estão nas ruas ou dentro do próprio bar, o importante é que os adeptos da prorrogação do horário esquecessem, sob pena e risco de a população prejudicada se unir, e nós vermos os bares fecharem às 22 horas, às 23 horas. (Palmas.) Como todo o mundo faz, não só aqui, sob pena e risco.

Falei, na segunda-feira, com o Secretário da Indústria e Comércio, e ele me comunicou que, na noite de domingo, 26 bares foram autuados na Cidade Baixa. Eu achava melhor respeitar o que existe aí, deixar a passagem nas calçadas para os pedestres e não criar muito problema, porque, senão, o que vai acontecer é que às 10 horas da noite vão fechar tudo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Margarete Moraes solicita inscrição para discutir o PLCL nº 020/05.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereadora, já foi solicitada verificação de quórum, assegurei a palavra aos dois últimos inscritos, logo, peço vênia a V. Exª, mas teremos que cumprir essa disposição.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, moradores e comerciantes aqui presentes, quero iniciar esta minha intervenção cumprimentando o Ver. Alceu Brasinha e, ao mesmo tempo, trazendo aqui alguns equívocos deste processo. Cumprimento o Ver. Brasinha por assumir um tema que é de responsabilidade do Executivo Municipal e, também, por elaborar um Projeto bem mais amplo do que uma simples lei determinando um horário para o funcionamento do comércio e funcionamento dos bares. E justifico por quê.

Nós temos na cidade de Porto Alegre, senhores e senhoras, um Plano Diretor, que regra o que pode ter numa zona e em outra zona da Cidade. E, quando nós temos uma zona da Cidade que é residencial mista, não basta dizermos que ali pode haver moradia e comércio. Nós temos que elaborar um Projeto para isso - quando falo nós, refiro-me ao Executivo Municipal. E o Sr. Secretário Cecchin estava presente em uma das últimas discussões que tivemos aqui com todas as partes, em que o Executivo se comprometeu a elaborar um projeto mais detalhado para podermos trabalhar uma Cidade que seja tranqüila, uma Cidade que leve em consideração os moradores e reserve o direito ao sossego, mas que também seja uma Cidade que possa trabalhar a questão das atividades comerciais.

Eu não quero fazer aqui uma discussão de horário, simplesmente, se não tivermos uma discussão do planejamento da Cidade para poder definir critérios! Será que essa questão dos horários tem de valer para toda a Cidade? Será que ela tem que valer para alguma região da Cidade? Será que as vias estruturadoras, como, por exemplo, a Av. João Pessoa, a Av. Independência, a Av. Goethe, são iguais às ruas internas dos bairros? Não, não são! E fazer uma lei dessa maneira discrimina tudo, como se fosse tudo igual! Então, falta um planejamento, senhores e senhoras, por parte do Executivo, aqui para esta Casa, Ver. Claudio Sebenelo, que traga clareza, inclusive mapeando zonas, fazendo com que o comércio noturno dos bares, restaurantes e danceterias possa ser instalado não trazendo prejuízos aos moradores, pois os moradores saberão que uma determinada região é uma região comercial, é uma região empreendedora da noite de Porto Alegre.

Então, conjugar a tranqüilidade de se morar numa Cidade - se ela quiser ser sustentável - com o desenvolvimento social, cultural e econômico é papel do Executivo! Eu iniciei esta fala, Sr. Presidente, cumprimentando o Ver. Brasinha pela coragem que ele teve ao trazer esse tema. Mas não é de responsabilidade dos Vereadores o planejamento da Cidade; a responsabilidade do planejamento da Cidade é do Executivo! Ver. João Dib, Vossa Excelência veio aqui e falou...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado.

A responsabilidade final pelo planejamento da Cidade é do Executivo, com o processo da democracia participativa, chamando as partes para os Fóruns de Planejamento e discutindo essa matéria com essas pessoas!

Na Região Centro da Cidade há um Fórum de Planejamento eleito, em que a comunidade está lá presente, e esse assunto não é discutido lá! Por que esse assunto não é discutido lá antes de vir para esta Casa, para podermos verificar esses detalhes? Por que a Secretaria de Planejamento não assume o papel de mapear as zonas, com clareza, para poder resolver esse problema? Enquanto isso não estiver claro, nós não podemos mudar a lei. Precisa ficar como está, porque não vamos dar um passo em falso. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a verificação de quórum.) Há 19 Vereadores presentes. Há quórum. Portanto, continuamos a discussão.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLCL nº 020/05.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu pretendo não usar o tempo todo. A Cidade cresce, transforma-se, desenvolve-se, e a idéia é de que ela se torne cada vez melhor. Porto Alegre tem a característica de ser uma Cidade de serviços, de encontros, de turismo. O Fórum Social Mundial foi um grande evento! Haverá um congresso de turismo, e as pessoas de todas as idades, de todas as etnias vêm para cá, e nós defendemos, com muita sinceridade, a utilização do espaço público. O espaço público tem que ser de todos e de todas, ele deve ser bem cuidado, as praças devem ser abertas, as pessoas não podem ficar em casa reféns da televisão. Eu citaria como um fato positivo o Baile da Redenção, o Baile de Reveillon lá no Largo Glênio Peres e o Brique da Redenção, são bons exemplos de utilização do espaço público. Gosto muito desses encontros informais nos bares, onde as pessoas livremente colocam as suas idéias, apresentam soluções; todas as pessoas têm direito ao lazer, têm direito de dançar, de rir, de ouvir música.

Eu tenho muito respeito pelo Ver. Brasinha e me comovi com o seu Projeto, porque é ligado ao mundo da cultura e da arte. No entanto, esta Câmara de Vereadores tentou de todas as maneiras estabelecer uma mediação entre os dois lados, e nós temos que aprender a viver em comunidade, a respeitar os comerciantes e a respeitar os moradores também, que têm problemas, e são sérios.

Eu nunca fugi desse debate, sempre participei ouvindo os dois lados. E, hoje, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, a minha Bancada, tirou posição, com a qual eu concordo, a de que lá é uma zona residencial mista, portanto os dois lados devem ser respeitados. E eu não tenho nenhuma visão moralista, mas acho que o Decreto do Prefeito João Verle, que não se eximiu de ter uma posição em relação a isso, é de bom tamanho. E nós temos que manter aquele perfil, porque esse Decreto permite, sim, as mesas nas calçadas até às 24 horas, sem impedir o funcionamento interno dos bares.

Portanto, concordando ou não com o Ver. Adeli Sell, ele fez um grande trabalho nessa área, tentando responsabilizar várias redes: a EPTC, Segurança, etc., etc. E eu acho que é muito importante manter o Decreto, é a melhor solução neste momento. (Palmas.) Nós só queremos exigir mais segurança, mais controle em todas as regiões da Cidade.

A posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores é pelo Decreto do Prefeito João Verle, contra o Projeto do nosso querido Ver. Brasinha, que, eu tenho certeza, teve a melhor boa vontade. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não havendo mais Vereadores inscritos para discutir, encerro a discussão.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLCL nº 020/05.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Solicito verificação de quórum, Sr. Presidente.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Esclareço que já havia aberto o painel. De qualquer forma, Ver. Alceu Brasinha, são necessários 19 votos. Se não houver os 19, estaremos, evidentemente, sem condições de deliberação.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLCL nº 020/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Temos 17 votos NÃO. Chamo a atenção, pois não atingimos o quórum. Não foi atingido o quórum, era necessária a totalização de 19 Srs. Vereadores. Não atingido o quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h33min.)

 

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